A falta de vacinas contra a Covid-19 forçou ao menos três cidades paulistas a interromperem a aplicação da segunda dose do imunizante. A vacinação só será retomada após o envio de novos lotes, ainda sem data para acontecer, segundo os municípios.
Nesta quinta-feira (29) teve início a imunização para pessoas com 63 anos em todo o estado.
O problema da falta de vacinas acontece em Cajamar e Juquitiba, na Grande São Paulo, e em Vinhedo (79 km de SP). A Secretaria Estadual da Saúde diz que as vacinas estão sendo enviadas.
A situação mais grave é de Juquitiba, que afirma não ter doses de nenhum dos dois imunizantes disponíveis no país —a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, e a AstraZeneca, da Oxford/Fiocruz— para aplicação. A gestão Ayres Scorsatto (PL) diz que o município chegou a antecipar a aplicação da vacina para pessoas a partir de 63 anos um dia antes do estado, na quarta-feira (28). Porém, anunciou nesta quinta-feira que já não tinha mais vacinas e não soube dizer quando a situação estará normalizada.
Em Cajamar, a gestão Danilo Joan (PSD) interrompeu na quarta a aplicação da segunda dose da CoronaVac devido à falta de imunizantes, segundo disse o município em nota. A previsão é que a cidade só venha a receber mais doses a partir da próxima semana. A cidade ainda está vacinando pessoas com 64 anos e só deve começar a imunizar a faixa etária a partir de 63 anos no sábado (1º).
A quantidade de doses da CoronaVac que a cidade de Vinhedo recebeu não foi suficiente sequer para completar a imunização de todas as pessoas com 64 anos, conforme nota da prefeitura. A imunização de pessoas a partir 63 anos está atrasada, segundo a gestão Dr Dario (PTB), e talvez tenha início do final de semana. "Porém, vai depender do envio de novas doses", afirmouO.
O intervalo entre a primeira e segunda dose para pessoas com 68 anos já imunizadas com a vacina do Butantan está perto de vencer e a Prefeitura de Vinhedo não soube dizer quando elas poderão receber o reforço. "Somente estão sendo vacinados no município aqueles que já receberam a primeira dose da AstraZeneca", disse.
As prefeituras pedem que os moradores fiquem atentos aos seus canais oficiais (site e redes sociais), para saber quando a vacina estará disponível.
O intervalo entre a primeira e segunda dose da vacina produzida pelo Instituto Butantan é entre 21 a 28 dias depois. Já a vacina de Oxford/AstraZeneca conta com um intervalo maior, de 12 semanas após a primeira imunização.
Especialistas alertam para que o prazo deve ser respeitado, já que a pessoa só é considerada imunizada se tomar as duas doses.
São Paulo
Nesta quinta-feira, o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, afirmou que "faltas pontuais" de segunda dose da vacina contra a Covid-19 na capital paulista podem vir a ocorrer pelo fato de o imunizante ser aplicado em pessoas de outros municípios, onde há escassez do reforço. Por isso, segundo o secretário, os idosos acabam vindo para a capital em busca da vacinação.
A gestão Bruno Covas (PSDB) só está aplicando a primeira dose nos drive-thrus, reabertos nesta quinta-feira para imunizar pessoas com 63 anos na capital Aqueles que precisam tomar a dose de reforço, mesmo que morem em São Paulo, devem procurar as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) ou AMAs (Ambulatórios Médicos Assistenciais).
Resposta
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde disse que todas as grades de vacinas são enviadas a cada região e cidade "em tempo oportuno, em quantidade idêntica para aplicação de primeira e segunda dose".
"As grandes de distribuição levam em conta o público integral, com base nos dados demográficos locais, e são acompanhadas das recomendações para aplicação", afirmou a pasta da gestão João Doria (PSDB), em nota.
A secretaria disse que já destinou ao município de Vinhedo 19 mil doses, e este registrou 18 mil aplicações na plataforma VaciVida, o que evidencia um “saldo” de pelo menos 900 doses. "O caso também é semelhante na cidade de Cajamar, que recebeu 11,5 mil doses e aplicou 10,3 mil, restando ainda mais de 1,1 mil doses." A pasta não respondeu sobre Juquitiba.
"O PEI [Plano Estadual de Imunização] é claro e objetivo, cabendo às prefeituras utilizar as vacinas de acordo com os critérios técnicos e públicos, ou seja, devem respeitar as faixas etárias e/ou grupos estipulados bem como o intervalo de tempo de aplicação entre doses", afirma a nota da secretaria.
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