Ação social faz revisão gratuita de bicicletas de entregadores em São Paulo

Os atendimentos serão realizados nesta terça (29) na estação Faria Lima da linha 4-amarela

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São Paulo

Ciclistas que fazem entrega por delivery poderão fazer uma manutenção básica gratuita na bicicleta nesta terça-feira (29), na estação Faria Lima da linha 4-amarela do metrô, das 10h às 13h e das 14h às 17h.

Estão incluídas na revisão, trocas de câmara, cabos e pastilhas de freio, regulagem de freios e câmbios. A ação faz parte do programa “Pedal Contra o Corona”, uma parceria entre a ViaQuatro e a ViaMobilidade, e o Instituto Aromeiazero.

A previsão é atender até 40 ciclistas nesta terça-feira. No entanto, para evitar aglomerações no momento da manutenção das bicicletas, é preciso antes fazer um agendamento por meio do site bit.ly/pedalcontracorona21.

A ação começou nesta segunda-feira (28), quando 25 entregadores de delivery levaram suas bicicletas até a estação Santa Cruz da linha 5-lilás para manutenção.

A iniciativa tem como proposta dar mais visibilidade ao trabalho de entrega realizado por ciclistas, atividade que cresceu durante a pandemia do coronavírus.

O entregador Bruno Macedo Moraes Assad (esq.) acompanha a manutenção em sua bicicleta, na estação Santa Cruz da linha 5-lilás do metrô - Rubens Cavallari/Folhapress

Umas das pessoas que procuraram o serviço gratuito foi o autônomo Bruno Macedo Moraes Assad, 31 anos, que trabalha diariamente como entregador para dois aplicativos de refeição. Ele tem a bike há dois anos e já precisou fazer três manutenções com troca de roda torta, cubo e eixo e gastou em R$ 250, em média, com os serviços. “Mas, a cada duas semanas tenho de fazer uma manutenção básica, que custa em média R$ 20 cada”, disse.

Assad afirmou que viu um cartaz sobre a ação, se inscreveu e nesta segunda-feira levou a sua bicicleta para a manutenção. “Fizeram um ótimo trabalho. Regularam freio e câmbio, trocaram alguns cabos e calibraram os pneus“, enfatizou, “Fiquei muito satisfeito e recomendo.”

Outro beneficiado com a manutenção básica, que levou cerca de 30 minutos, foi Jenkeson Tadeu Barbosa Rafael, 30 anos, que também usa a bicicleta para entregar comida por delivery. Ele achou que fariam uma revisão completa, mas ficou satisfeito com a colocação de novas pastilhas de freio e regulagem nas marchas. “Com isso, economizei uns R$ 100”, afirmou. Rafael disse que faz de 10 a 12 entregas por dia para dois aplicativos, durante seis horas de trabalho.

Já o autônomo Francisco Bruno da Conceição Oliveira, 29 anos, faz entregas de comida de segunda a sábado, por 15 horas por dia, segundo ele. “Trocaram pastilhas de freio, mexeram no câmbio. Fizeram uma boa manutenção na minha bike”, disse Oliveira.

Valorização

Fazer a manutenção, mesmo que básica em bicicletas usadas para o trabalho, é uma forma de valorizar os entregadores, segundo Murilo Casagrande, diretor e um dos fundadores do ONG (Organização não-Governamental) AroMeiaZero. A entidade trabalha com projetos culturais envolvendo a bicicleta, como meio de desenvolvimento social, projeto como viver de bike.

Segundo Casagrande, a meta é atender 80 ciclistas no projeto, 40 nesta segunda-feira e outros 40 na terça. “Para nós, é uma forma de estender a mão para essas pessoas, porque a maioria pedala com bike simples”, explicou. “É legal ver também mulheres fazendo entrega e até pessoas trans trabalhando com a bike. Isso mostra que a atividade tem um impacto social positivo”, disse.

Segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Trânsito), atualmente a cidade de São Paulo conta com uma malha cicloviária de 661 km de extensão. No primeiro trimestre deste ano teve crescimento de 22,8% nas passagens de bicicleta em três das mais movimentadas vias paulistanas: avenidas Vergueiro, Gastão Vidigal e Faria Lima.

Na avenida Jabaquara, zona sul de São Paulo, por exemplo, há um volume estimado de 700 bicicletas circulando por dia na região, segundo o Contadores de Bicicletas da CET.

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