Capital paulista tem alta de mortes no trânsito no primeiro trimestre

Dados do Infosiga indicam elevação de 6,3% na cidade de SP, enquanto estado apresentou queda de 5,8%

São Paulo

No primeiro trimestre deste ano, a cidade de São Paulo registrou 203 mortes por acidentes de trânsito, número 6,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 191 óbitos. Por outro lado, em todo o estado houve uma queda de 5,8% (de 1.180 para 1.111).

Os dados são do Infosiga, sistema do governo do estado, gestão João Doria (PSDB), gerenciado pelo programa Respeito à Vida e Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

Acidentes com mortes envolvendo ciclistas aumenta 11,8% no Estado; na capital, dobrou - Eduardo Knapp/19.fev.2021/Folhapress

Somente no mês de março, foi registrado um total de 381 mortes por acidentes no trânsito no estado, número 13,2% inferior ao registrado no mesmo mês de 2020, quando 439 pessoas perderam sua vida por esse motivo.

Embora tenha registrado queda de 24,4% no número de casos, os motociclistas ainda são as maiores vítimas fatais do trânsito no estado. Só em março, 127 morreram, média superior a quatro por dia. Os dados do Infosiga também indicam uma queda acentuada no número de pedestres mortos por acidentes de trânsito. Foram 88 em março, número 27,9% inferior ao registrado no mesmo mês de 2020, com 122 casos.

Por outro lado, a quantidade de condutores de automóveis mortos apresentou elevação de 3,4%, bem como a de ciclistas mortos, que teve alta de 11,8% (de 34 pulou para 38). Só na capital, a quantidade de ciclistas mortos dobrou, passando de 3 em março de 2020 para 6 no mês passado.

Os dados indicam redução de acidentes em todo o estado. Entretanto, essa retração foi maior no estado (-6,4%) e na região metropolitana (-8%) se comparado com a capital, que registrou diminuição de 4%.

Por outro lado, a quantidade de mortes por acidentes de trânsito em março último na capital foi 22% menor do que no ano passado (passou de 87 para 68), dez pontos percentuais acima da média da região metropolitana, que teve redução de 12%.

Resposta

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes da gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) afirma que vem adotando diversas ações para proteger condutores (motoristas, motociclistas e ciclistas) e pedestres.

Essas medidas integram o Plano de Segurança Viária. Um dos projetos do plano é o Vida Segura, que tem como principal conceito o Visão Zero, segundo o qual nenhuma morte no trânsito é aceitável. A ampliação desse programa está prevista no Programa de Metas 2021-2024 da gestão tucana na capital.

Algumas dessas ações já foram colocadas em prática e envolvem readequação da velocidade perto de ruas comerciais e escolas, além de ampliação de calçadas. Esses projetos já foram implantados em Santana, Brasilândia (ambos na zona norte), Lapa (zona oeste) e Cidade Tiradentes (zona leste).

Em relação ao aumento do número de ciclistas mortos, a pasta informou que a quantidade de pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte ou instrumento de trabalho vem aumentando significativamente nos últimos anos. Para diminuir a exposição dos ciclistas a acidentes, a gestão municipal diz executar o Plano Cicloviário, com o objetivo de expandir e requalificar a malha cicloviária da cidade.

Só em 2020, segundo a pasta, foram entregues 177 km de novas conexões de ciclovias e outros 291 km foram requalificados. Hoje a capital conta com uma rede cicloviária de 681 km de extensão.

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