Evento-teste reúne feiras de economia criativa no Memorial da América Latina, em SP
Participantes serão obrigados a fazer teste para Covid-19 no evento que acontece neste fim de semana na zona oeste da capital
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O segundo evento-teste para a retomada das atividades com público no estado de São Paulo acontece neste final de semana no Memorial da América Latina, na Barra Funda, zona oeste da capital. No sábado (21) e domingo (22), o espaço reúne 16 feiras de economia criativa, com mais de 100 expositores no total.
É a primeira edição da chamada "Feira das Feiras Criativas", aberta para o público em geral, das 11h às 19h. No local, ao ar livre, os visitantes podem adquirir produtos e conhecer comerciantes do ramo de economia criativa, que inclui moda, artesanato, arte, design e gastronomia.
A quantidade de pessoas é limitada para evitar aglomerações. Os ingressos permitem a entrada com hora marcada e devem ser comprados antecipadamente pela internet pelo valor de R$ 10.
Ao chegar no evento, todos os visitantes serão submetidos a testes rápidos para detectar possíveis casos de coronavírus. Se a pessoa testar positivo, receberá orientações de isolamento e não poderá entrar no evento, recebendo o dinheiro do ingresso de volta.
A testagem também será obrigatória para expositores, imprensa e funcionários em geral.
O monitoramento dos participantes após o evento será feito pelo governo do estado, gestão João Dória (PSDB). Mensagens de texto com questionários relacionados a eventuais sintomas da Covid-19 serão enviadas após 3, 5, 10 e 14 dias da realização. Também haverá retestagem amostral, ou seja, um grupo aleatório será selecionado para fazer um segundo teste após a feira.
O primeiro evento-teste do segmento foi realizado no mês passado, em Santos (72 km de SP). A feira da Baixada Santista, porém, não era aberta ao público em geral. Para participar era preciso fazer um credenciamento.
Outros protocolos adotados
Os protocolos de segurança contam com a chancela do Centro de Contingência da Covid-19 e, além da testagem, o uso de máscaras é obrigatório e haverá recomendações de uso, substituição e descarte para diferentes tipos de máscaras.
Outras ações específicas fazem parte do planejamento, explica Beto Lago, integrante da comissão de articulação, planejamento e produção do evento. Entre os expositores do ramo de gastronomia, a degustação está proibida. "Para comer, há uma área reservada de restaurante e alimentação", diz.
Lago também explica que não há provadores para os visitantes experimentarem as roupas que serão comercializadas.
"Adaptamos alguns procedimentos que existem no comércio online para o mundo real. Vai ser uma grande aproximação, uma mistura híbrida do que é o e-commerce com o comércio tradicional de feira de rua", esclarece o organizador.
Expositores
Segundo uma pesquisa realizada no ano passado pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência de Mercado da São Paulo Turismo e o Observatório de Turismo e Eventos, 89% do comércio no setor da economia criativa na cidade de São Paulo é composto por feiras fixas ou itinerantes.
Por esse motivo, 16 delas foram trazidas para o espaço do Memorial da América Latina com o objetivo de retomar a atividade do setor seguindo os protocolos de saúde.
"A economia criativa e o empreendedorismo foram a grande salvação de todos que perderam o emprego na pandemia. É muito importante ter esse reconhecimento por parte da prefeitura e do estado em cima de tudo que podemos fazer em um momento como esse", defende Lago.
Para o fotógrafo e padeiro, Túlio Vidal, 36, a economia criativa surgiu como oportunidade após o início do isolamento em março de 2020. Há 15 anos trabalhando com fotografia, ele resolveu apostar em seu hobby de panificação natural, quando viu seus trabalhos sendo cancelados em sequência.
O que começou como uma venda de pães para vizinhos virou o atual negócio da família, a Artesanal Pães. O estúdio de fotografia virou uma padaria e, junto com sua esposa, Beatriz, Túlio vende pães de fermentação natural, brioches, ciabattas, cookies, entre outros produtos.
"Eu não fui obrigado a virar padeiro, porque os trabalhos de foto acabaram voltando aos poucos. Só que optei por investir meu tempo na padaria", explica. "Eu passei a ficar mais tempo em casa, próximo da família e acabei descobrindo essa oportunidade de negócio junto à família."
Na Feira das Feiras Criativas, ele e a mulher estarão vendendo variados pães e doces, que custam entre R$ 7 e R$ 24.
Túlio explica que eles precisaram adaptar-se para diminuir a exposição dos produtos e o contato dos visitantes com eles, buscando maior segurança nos protocolos de higiene. "Estamos levando todos os produtos embalados e porcionados. O cliente vai chegar e poder escolher meio pão fatiado ou um pão inteiro, por exemplo", diz.
"Não estou com metas de vendas, mas estamos usando essa feira como uma vitrine e também como uma maneira de nos adequarmos às melhores práticas de fazer uma feira segura, além de passar essa segurança pro cliente", relata o padeiro.