O presidente Jair Bolsonaro (PSL) determinou ao Ministério da Defesa a realização de “devidas comemorações” do golpe militar de 31 de março de 1964, que completa 55 anos neste domingo.
Ainda não ficou claro como serão essas comemorações. Mas todo mundo sabe que Bolsonaro, ao longo de sua carreira política, sempre fez vários elogios à ditadura militar, que durou de 1964 a 1985.
A sua admiração pelo regime não se resume ao medo, na época, da possibilidade de se criar de um governo comunista no Brasil.
O presidente é um fã declarado, por exemplo, do coronel Carlos Brilhante Ustra (1932-2015), a quem considera um “herói brasileiro” _mas que ficou mais conhecido como um torturador.
Durante a campanha à Presidência da República, no ano passado, não foi diferente. Então deputado federal, o capitão reformado atraiu e incentivou pequenos grupos amalucados que apoiavam uma nova intervenção militar no país.
Ainda bem que autoridades das Forças Armadas estão botando panos quentes nessa nova polêmica. É o caso do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, que considerou inadequado usar a palavra “comemoração” para marcar a data.
Bolsonaro mostra mais uma vez que não adianta falar em valores democráticos, que ele diz defender, e ao mesmo tempo querer festejar os 55 anos do golpe. Não é hora de inventar: só há um caminho para o Brasil, o da democracia.
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