Depois de se arrastar desde 2013, a licitação para o novo sistema de ônibus na cidade de São Paulo finalmente avançou. A prefeitura recebeu as propostas das empresas que pretendem transportar mais de 2 milhões de passageiros todos os dias.
O contrato, que vai durar pelos próximos 20 anos, custará aos paulistanos a bolada de R$ 71 bilhões.
A concorrência estava emperrada devido a uma série de irregularidades examinadas na Justiça e no TCM (Tribunal de Contas do Município). Houve de tudo: suspeitas de fraude, dívidas bilionárias na Previdência e até uma viação fantasma.
Agora, com a confusão aparentemente resolvida, era de esperar alguma novidade. Só que não: todas as companhias que ganharam a disputa já operam há décadas na capital. E 31 das 32 viações pediram a remuneração máxima pelo serviço.
Ou seja: não houve nem competição de verdade nem economia para os cofres públicos.
A prefeitura até tentou buscar novas empresas, mas ninguém se interessou. Não é de espantar: uma das condições para participar era já possuir garagens na cidade. É claro que isso acabou afastando outros concorrentes –e ficou fácil para as velhas viações continuarem no negócio.
O novo modelo proposto é até interessante: divide os coletivos em três modalidades. As vans e micro-ônibus vão circular nos bairros mais afastados, e os ônibus locais nas áreas mais povoadas dessas regiões. Já os ônibus maiores percorrerão avenidas e corredores até o centro da cidade. A aposta é que os coletivos ganharão velocidade. Já os passageiros, em tese, vão esperar menos para embarcar.
Até aí tudo bem. O difícil é acreditar que essas mesmas viações vão oferecer um serviço melhor do que o atual.
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