Como já se temia, a economia andou para trás no primeiro trimestre. Os dados divulgados neste quinta (30) mostram que a renda total do Brasil --que vem da produção da indústria, dos serviços e da agropecuária-- encolheu 0,2% de janeiro a março, na comparação com o período outubro-dezembro.
Numa situação normal, esse resultado não seria dos mais preocupantes. Mas acontece que o país passou por uma recessão profunda em 2014-16 e, em vez de se recuperar, está marcando passo. Para se ter uma ideia, a renda nacional (ou Produto Interno Bruto) ainda é 5,3% menor que a de cinco anos atrás. E olha que a população cresceu nesse período.
Existem algumas explicações para o mau desempenho do início deste ano, como a crise na Argentina (prejudicando as empresas que vendem para lá) e a catástrofe do rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
Mas o que está afundando mesmo a economia, desde o início da crise, é a queda dos investimentos, ou seja, dos gastos do governo e do setor privado em obras e compras de máquinas e equipamentos para aumentar a produção.
No caso do governo, isso acontece por falta de grana mesmo. As empresas, porém, estão há anos jogando na retranca por falta de confiança no futuro. O problema começou com as lambanças da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e até hoje não foi resolvido.
É exagero culpar o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pelo vexame do primeiro trimestre. Mas, pelo andar da carruagem, o segundo também não vai ser nenhuma maravilha. Daqui para frente, o governo precisa se organizar, deixar de picuinha e mostrar serviço. Senão, vai ter de responder pelo empobrecimento do país.
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