Em mais um capítulo do terror que assola os presídios brasileiros, 55 detentos foram assassinados em quatro penitenciárias de Manaus (AM).
O massacre começou no domingo (26), durante o horário de visita dos familiares --muitos chegaram a testemunhar a matança. O pesadelo só terminou no dia seguinte, quando os agentes, enfim, retomaram o controle das celas.
Para piorar, esse filme é repetido: em janeiro de 2017, 59 presos já haviam sido mortos em uma das penitenciárias onde ocorreu a nova chacina.
A carnificina em cadeias não é uma exclusividade de Manaus: São Luís (MA), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e Natal (RN) registraram episódios semelhantes nos últimos anos.
Mais uma vez, a guerra entre facções criminosas provocou a barbárie. Isso só escancara o fracasso dos governos estaduais e federal em cuidar do sistema carcerário. Se bandidos perigosos fazem o que bem entendem dentro dos presídios é porque o poder público já perdeu qualquer rastro de autoridade.
No caso de Manaus, havia ainda o agravante da superlotação em todas as penitenciárias que se rebelaram. Em uma delas, a mesma em que morreram 59 em 2017, também há denúncias de condições subumanas: água e comida insuficientes, falta de médicos, violência e abusos na hora da revista. O barril de pólvora, claro, já estava armado.
O roteiro do descaso termina com um relatório que aponta que não houve investigações para apurar as responsabilidades das autoridades do Amazonas nos homicídios de dois anos atrás, assim como em Natal e Boa Vista.
A pergunta que fica é uma só: onde e quando será o próximo massacre?
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