Gosto pelo confronto

Até a última quinta-feira (13), parecia que o governo Jair Bolsonaro (PSL) havia entrado num período de calmaria, sem brigas internas nem conflitos com o Congresso Nacional. De lá para cá, o presidente e sua turma têm arrumado confusão diariamente.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL)
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) - Alan Santos/PR Jair Bolsonaro

O primeiro susto foi a demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que chefiava a Secretaria de Governo. Uma de suas principais tarefas era cuidar da comunicação do Palácio do Planalto, e por isso ele entrou em choque com os bolsonaristas mais briguentos, que buscam controlar esse setor.

Na sexta, ao final de um café da manhã com jornalistas, Bolsonaro anunciou que demitiria o presidente dos Correios, outro general. O auxiliar estaria se comportando como sindicalista, explicou, por resistir à privatização da empresa.

Ainda no mesmo dia, o ministro Paulo Guedes, da Economia, acusou a Câmara dos Deputados de ceder à pressão de servidores privilegiados ao mexer no texto da reforma da Previdência.

O presidente não deu descanso no sábado, quando aproveitou uma entrevista para dizer que o presidente do BNDES (um banco federal), Joaquim Levy, estava com a “cabeça a prêmio”.

Levy, que foi ministro da Fazenda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), desagradou à cúpula do governo com a intenção de nomear um diretor que também havia trabalhado na administração petista. Diante da bronca pública, os dois acabaram pedindo as contas.

Pode até ser que essas baixas não atrapalhem a gestão Bolsonaro. Mas fica a impressão de que o chefe do Executivo continua preferindo o confronto ao entendimento. Desse jeito, vai ficando mais difícil conseguir aliados e auxiliares.

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