Portaria publicada pelo Exército na quinta-feira (15) liberou o acesso do cidadão comum a armas de uso até então restrito às polícias e às Forças Armadas. Entre os calibres estão 9 milímetros, 45 e ponto 40 —este o mesmo utilizado pelas polícias Civil e Militar de São Paulo.
Até então, quem não fosse agente de força de segurança só podia adquirir armas com 400 Joules (a potência da munição). É a mesma do famoso revólver 38, por exemplo. Agora, será possível ter em casa modelos com até 1.620 Joules. No total, a lista libera 52 armas e deixa outras 117 como de utilização restrita.
Segundo o Exército, trata-se de uma adequação ao decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL), de 25 de junho. Entre outras medidas, o decreto facilita o acesso a armas de fogo. Há também um projeto em debate no Congresso.
Responsável pelo material bélico da Polícia Militar paulista, o tenente-coronel Marco Aurélio Valério diz que o problema no Brasil são as armas ilegais e que não há nada de mais em uma “arma estar com um cidadão de bem”.
Não há dúvida de que arsenais de guerra, como fuzis e metralhadoras, entram facilmente pelas fronteiras para abastecer o tráfico e o crime organizado.
Por outro lado, uma pistola mais potente —ou mesmo um simples revólver— pode causar estragos até para o dito “cidadão de bem”. Quem não é bandido também pode perder a cabeça numa briga de trânsito ou numa confusão com o vizinho. Sem falar que sempre há o risco de crianças terem acesso à arma.
Em casos de assalto ou abordagem violenta, a própria PM recomenda que o cidadão jamais deve tentar reagir. Se é assim, será que vale mesmo a pena ter uma arma em casa ou andar com ela por aí?
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