O governo Jair Bolsonaro (PSL) acaba de anunciar o Médicos pelo Brasil. A ideia é substituir o Mais Médicos, marca de Dilma Rousseff (PT). O programa pretende contratar 18 mil profissionais para vagas em locais pouco atrativos, a maioria deles no Norte e no Nordeste.
A iniciativa parece ter pontos positivos, como não mudar tudo de uma hora para outra. A implantação será aos poucos, à medida que se encerrem os contratos do Mais Médicos. Os candidatos passarão por prova objetiva e progredirão na carreira conforme o desempenho.
Os aprovados ficarão dois anos atuando como estagiários e deverão fazer especialização e apresentar um trabalho de conclusão. A partir daí, a cada três anos terão a oportunidade de avançar na carreira. Serão avaliados por número de atendimentos, qualidade do pré-natal e acompanhamento de pacientes.
Também haverá uma grana extra para quem topar trabalhar nas regiões do país em que as condições são mais difíceis. Os salários variam de R$ 12 mil, durante o estágio, até R$ 31 mil.
A categoria também gostou da criação de uma carreira especial no serviço público, uma reivindicação antiga.
Embora atraente, o novo programa tem um grande desafio: a dura realidade nos fundões do Brasil. No Mais Médicos, só os cubanos —até por não terem alternativa— atendiam em aldeias indígenas e em cidades mais afastadas.
Outro problema é o custo. Apenas com os salários, o gasto anual é de quase R$ 5 bilhões —sem contar outros benefícios e contratações de enfermeiros.
A maior parte da despesa ficará para os futuros governos. Logo, para o programa dar certo, será preciso um duro ajuste no Orçamento, já bem apertado.
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