Como todo mundo já notou a esta altura, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fala e faz o que dá na telha, sem pensar nas consequências. Ele já disse que é assim mesmo e não vai mudar.
Muita gente gosta desse jeito espontâneo, mas, no governo, as consequências de atos impensados em geral são sérias. Para dar um exemplo recente, o Brasil perdeu nos últimos dias quase R$ 300 milhões em ajuda internacional para a preservação da Amazônia.
Primeiro foi a Alemanha, que em 10 de agosto anunciou a suspensão de uma verba de R$ 150 milhões para projetos de combate ao desmatamento. Na quinta (15), foi a vez da Noruega, que bloqueou um repasse de cerca de R$ 135 milhões.
Os governos dos dois países reclamam das demonstrações de que o governo Bolsonaro não está comprometido com a preservação ambiental.
Os dados apontam um crescimento de 15% na devastação da floresta nos últimos 12 meses. Outras estatísticas mostram taxa maior neste ano. E o que fez o presidente? Mandou embora o chefe da repartição que apurou os números.
Também reagiu com soberba à perda dos recursos. Disse que a Noruega mata baleia e sugeriu que o o dinheiro fosse usado para reflorestar a Alemanha.
Isso é comprar briga à toa. Vá lá que o governo não concorde com a pauta ambiental. Mas dá para fazer isso na base da conversa, da diplomacia. Afinal, é uma questão que preocupa o mundo todo.
Se o Brasil ficar com a pecha de desmatador, muita gente pode parar de comprar nossos produtos. O pessoal da agropecuária, que Bolsonaro tanto quer ajudar, já está ficando preocupado com isso. Nessa toada, o país e o governo vão perdendo grana à toa.
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