Pesquisa Datafolha divulgada na terça-feira (15), Dia do Professor, apontou que 86% dos brasileiros consideram que as escolas melhoram quando incluem alunos com alguma deficiência.
Não deixa de ser surpreendente. Faz dez anos que o Brasil aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de oferecer uma educação inclusiva. À época, era comum ouvir previsões pessimistas. Apesar das dificuldades, a prática virou lei em 2015 e já está integrada à vida escolar, ainda que haja muito a avançar.
Se na rede pública falta pessoal mais qualificado até para o básico, o que dizer do atendimento a alunos com diferentes graus de dificuldades? As deficiências vão do acesso físico à escola, como no caso de cadeirantes, a problemas de aprendizado criados por limitações sensoriais --como a surdez-- e intelectuais.
O passar do anos e o convívio em sala de aula ajudaram a quebrar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%) discorda de que crianças com deficiência devam aprender apenas na companhia de colegas com a mesma condição.
Por outro lado, é fundamental que cada colégio tenha profissionais capacitados para lidar com as necessidades de cada aluno. Afinal, ele pode ser, por exemplo, disléxico, deficiente visual ou diagnosticado com transtorno do espectro autista --o que mostra a dimensão desse desafio educacional.
Apesar de não faltarem bons exemplos na rede oficial de ensino, estamos longe de um modelo em que haja pelo menos um especialista por sala de aula. É dever do Estado disseminar práticas de sucesso, como técnicas pedagógicas específicas e métodos capazes de melhorar o rendimento das crianças.
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