Um empreiteiro de 38 anos foi preso em uma chácara na sexta-feira (24) em Atibaia (64 km de São Paulo), onde se escondia após permanecer por quase seis anos foragido da Justiça. Ele é suspeito de sequestrar e estuprar uma adolescente de 17 anos, em 2014, em Santana de Paranaíba (Grande São Paulo). A vítima era, à época, cunhada do criminoso. A defesa dele não havia sido localizada até a publicação desta reportagem.
A vítima relatou à polícia, em 2014, que saía de casa, por volta das 6h20 do dia 20 de junho, quando um homem usando capuz desembarcou de um carro escuro e obrigou a jovem a entrar no veículo. No banco traseiro, um saco foi colocado na cabeça da vítima, que foi amarrada e levada até um cativeiro, que não teve a localização informada.
No local, o saco que cobria a cabeça dela caiu, permitindo-lhe identificar seu cunhado que, após isso, recolocou a sacola na cabeça da vítima. Instantes depois, o homem estuprou a jovem, segundo afirmado por ela em depoimento. A violência sexual teria se repetido outras vezes. A garota permeceu em cárcere privado por aproximadamente 15 horas.
Enquanto a garota era mantida no cativeiro, o então cunhado teria entrado em contato com alguns familiares dela, por telefone, afirmando que a jovem tinha sido sequestrada e ele negociava o pagamento do resgate, de R$ 200 mil, com supostos criminosos. O empreiteiro, segundo depoimento das testemunhas, teria ordenado para que ninguém acionasse a polícia.
Por fim, por volta das 21h50, ele retornou com a garota à casa dos pais dela, onde imediatamente foi tomar banho, gerando estranheza nas pessoas. A jovem teria falado sobre o crime e todos foram para a delegacia.
Na delegacia
No distrito policial, a garota relatou sobre o sequestro e sucessivos estupros dos quais foi vítima. Ela foi encaminhada ao hospital Peróla Byington, na capital paulista, onde foi submetida a exames. Marcas de violência física, nos braços, joelhos e partes íntimas ajudaram a polícia a reforçar as suspeitas contra o empreiteiro.
Em depoimento, o suspeito admitiu ter estuprado a então cunhada "levado por uma fraqueza" ao se deparar com ela nua, quando foi resgatá-la no cativeiro, após pagar o resgate aos sequestradores, que posteriormente provaram ser inexistentes. Ele nega o sequestro.
Testemunhas também desmentem algumas tentativas de álibi do criminoso, como o que afirmou estar em um hospital, no momento do sequestro da garota. Após os depoimentos, ele foi indiciado em flagrante por estupro, sequestro e levado para a cadeia.
Cerca de três meses depois, ele foi solto após conseguir um habeas corpus e fugiu. Na ocasião, um mandado de prisão foi expedido contra ele, pela Justiça de Barueri (Grande SP), que foi cumprido somente neste sábado, quando investigadores identificaram uma chácara onde o criminoso estava escondido.
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