É Carnaval! A maior festa popular brasileira não poderia passar em branco na coluna. Então vamos lembrar filmes que levaram a folia às telas do Brasil e do mundo.
Começo com “Carnaval Atlântida”, de 1952, com Oscarito e Grande Otelo. No longa, um poderoso dono de estúdio de cinema deseja fazer uma versão de Helena de Troia. Mas seus assistentes, funcionários e até a filha tentam convencê-lo que o tema não tem a cara do Brasil e o convencem a fazer um musical, com uma homenagem ao Carnaval.
O filme tem canções clássicas brasileiras (Grande Otelo canta “No Tabuleiro da Baiana” e “Cachaça”). Infelizmente algumas música se perderam no tempo. Segundo a Cinemateca Brasileira, marchinhas como “Pastorinhas” e “O Teu Cabelo não Nega” constam na ficha técnica do filme, mas não na cópia remanescente do longa.
Em “Orfeu Negro”, de 1959, o Carnaval é o cenário para a releitura da tragédia grega, baseada na peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes, com músicas de Tom Jobim. Na trama, a jovem Eurídice chega a uma favela do Rio no Carnaval, fugindo de um homem que a persegue, e conhece Orfeu, um condutor de bonde. Os dois se apaixonam, mas a morte ronda o casal.
O filme é uma produção francesa, dirigida por um cineasta francês e levou o Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1960, para a França. Quase todo o elenco é brasileiro, com exceção de Eurídice, interpretada pela americana Marpessa Dawn.
Anos mais tarde, Cacá Diegues fez uma nova versão, “Orfeu”, atualizando a história para os anos 1990, com Toni Garrido e Patrícia França nos papéis principais.
O Carnaval também foi cenário de “Dona Flor e seus Dois Maridos”, dirigido por Bruno Barreto, em 1976. É em meio à folia que morre Vadinho, personagem de José Wilker, marido de Flor (Sônia Braga), e seu velório se mistura com o Carnaval. Por décadas, o longa foi o campeão de bilheteria nacional, sendo desbancado por “Tropa de Elite” em 2010.
Por fim, cito obras mais recentes. “O Pai Ó” retrata moradores do Pelourinho. A animação “Rio” mostra o desfile das escolas de samba do Rio. E o documentário “Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar” concentra-se em Toritama (PE), considerada a capital nacional do jeans. O filme mostra como a cidade vive para essa indústria, só parando uma vez ao ano, no Carnaval.
Despedidas
O diretor José Mojica Marins, o Zé do Caixão, morreu na última quarta-feira, aos 83 anos. Nada melhor do que celebrar sua memória assistindo seus filmes. A plataforma Spcine Play (spcineplay.com.br) possui dez títulos, ao custo de R$ 3,99 o aluguel, e o NOW tem dez longas do diretor.
No mesmo dia, o Cinearte, último cinema sobrevivente do Conjunto Nacional, fechou as portas. Sem patrocínio, não conseguiu se manter. Para mim, fica a lembrança dos filmes que lá assisti.
ONDE VER
(preços pesquisados no dia 20 de fevereiro)
CARNAVAL ATLÂNTIDA
Cinemateca Brasileira:
filme disponível no serviço
online gratuito http://www.bcc.org.br/ e em DVD, na biblioteca, para assistir no local
DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS
Looke: grátis para assinantes,
R$ 3,99 (aluguel) e R$ 14,99 (compra)
NOW: R$ 3,90 (aluguel)
O PAI Ó
Cinemateca Brasileira: filme disponível em DVD, na biblioteca, para assistir no local
NOW: R$ 6,90 (aluguel)
ORFEU NEGRO
Cinemateca Brasileira: filme disponível em DVD, na biblioteca, para assistir no local
Looke: grátis para assinantes, R$ 3,99 (aluguel) e R$ 14,99 (compra)
ORFEU DO CARNAVAL
NOW: gratuito para assinantes do Looke
RIO
iTunes: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra)
Google Play: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
Microsoft Store: R$ 3,90 (aluguel) e R$ 29,90 (compra)
Looke: R$ 6,99 (aluguel) e R$ 38,99 (compra)
NOW: gratuito para assinantes do Looke
ESTOU ME GUARDANDO PARA QUANDO O CARNAVAL CHEGAR
Netflix: grátis para assinantes
iTunes: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 14,90 (compra)
Google Play: R$ 19,90 (compra)
NOW: R$ 14,90 (aluguel)
(*) A Cinemateca Brasileira fica no largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana. A biblioteca funciona de segunda a sexta, das 9h às 17h. No Carnaval, os horários serão mantidos.
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