Não são poucos os problemas sociais associados a cassinos e outras modalidades de aposta. O jogo compulsivo é, sem dúvida, o mais grave deles. Quem se vicia nisso está sempre perto da ruína econômica e familiar.
O transtorno, que tende a ser crônico e progressivo, frequentemente aparece com outros, como alcoolismo, depressão e até intenções suicidas.
Como se não bastasse, a exploração dessa atividade por particulares muitas vezes vem acompanhada de ações criminosas como a lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas e de pessoas.
Esses são os principais argumentos dos que defendem a proibição do jogo --e são bons. Mas existe um outro lado a ser considerado nessa discussão.
Hoje em dia, com o avanço da tecnologia, qualquer um pode apostar legalmente um caminhão de dinheiro pela internet. Na prática, portanto, a proibição não adianta muito, e o governo e o setor privado do país deixam de conseguir receita com essa atividade.
Além do mais, já existem meios mais eficazes para monitorar a movimentação de grana nos cassinos, evitando fraudes. Assim, faz sentido permitir uma ampliação limitada do jogo, apenas em alguns locais e debaixo de imposto pesado.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), já apoia um plano para instalar um cassino na zona portuária da cidade. É uma possibilidade, mas cada caso deve ser analisado com cuidado --não dá para liberar geral.
Existem riscos para a sociedade, sim, assim como no consumo de álcool, que é permitido. O apostador deve estar consciente de que suas chances de ganhar são mínimas e de que há o perigo do vício. Feito isso, a escolha é dele.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.