Robocop no metrô

Escudo, capacetes, caneleiras, coletes, cotoveleiras e até toucas ninja. Pode parecer a Tropa de Choque da PM em ação, combatendo algum quebra-quebra na rua, mas eram apenas os seguranças do metrô da linha 4-amarela.

Revelada em reportagem do Agora na quarta-feira (16), a vestimenta com pinta de robocop estava provocando mais medo do que sensação de segurança entre os passageiros das estações Paulista, Pinheiros e Luz. "Parece um cenário de guerra. Poderiam investir em outras coisas", desabafou uma usuária.

Especialistas em segurança, ouvidos pelo jornal, também concordaram. De fato, a estética militar não parece ter muito a ver com o trabalho dos seguranças do metrô --pode, inclusive, afastar o cidadão que teria a intenção de buscar ajuda ou tirar alguma dúvida. A touca ninja é outra bola fora, já que dificulta a identificação desses profissionais.

Concedida pelo governo estadual, a linha 4-amarela é responsabilidade da ViaQuatro. Na primeira vez em que foi procurada, a concessionária disse que se tratava de "medida preventiva de segurança durante os horários de pico". 

Mas, um dia após a publicação da reportagem, a ViaQuatro parece ter desistido da ideia e avisou que era uma ação "pontual, entre os dia 7 e 15 de outubro".

Menos mal. O possível recuo foi a decisão mais sensata para um grupo de vigilantes que já dispõe de bom treinamento e cassetetes para conter atos violentos.

O modelo parece suficiente para certas ocorrências, como visto em setembro, na estação Sé, quando sem-teto e vigias entraram em confronto após um tumulto que ainda está sob investigação.

Definitivamente, o traje com jeitão de armadura não combina com o metrô.

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