É dia de comemorar os 130 anos da República, um sistema que o Brasil adotou com uma boa dose de atraso.
Em 15 de novembro de 1889, quando houve a proclamação no Brasil, já fazia mais de cem anos que os Estados Unidos haviam aberto esse caminho, seguido depois pelos países do continente.
O regime republicano começou por aqui por causa de uma rebelião militar contra o imperador, e o primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, acabou comandando uma ditadura.
Pelos anos seguintes, os brasileiros viram governantes tentando se perpetuar no poder, golpes militares, corrupção e concentração da renda nacional nas mãos de alguns poucos. Avançamos, sem dúvida, mas há muito a fazer.
O princípio fundamental de uma República deve ser a igualdade de todos perante a lei, sem privilégios de religião, de raça ou de origem. Tudo isso está na Constituição de 1988, a mais democrática de nossa história. Falta colocar tudo plenamente em prática.
O acesso à Justiça ainda é um corredor mais largo para os ricos, que conseguem pagar advogados caros para escapar de punições A má qualidade do ensino público torna mais difícil que filhos de pais pobres conquistem um lugar melhor na sociedade. Metade da população não tem acesso à coleta de esgoto.
Algumas categorias do serviço público desfrutam de privilégios, à custa da maioria restante dos trabalhadores. Alguns grandes empresários contam com a ajuda do governo ou das leis para lucrar mais que outros sem esforço.
O país é muito mais justo do que era há 130 anos, sem dúvida. Mas ainda avançamos em ritmo lento e, pior, com riscos de passos para trás.
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