O brasileiro que paga impostos e precisa utilizar serviços públicos ou fazer valer os seus direitos muitas vezes é obrigado a enfrentar um calvário.
Reportagens publicadas na semana passada pelo Agora ilustram esse drama, que atinge os mais pobres e idosos.
A busca por atendimento médico, por exemplo, é um pesadelo para os pacientes da UBS Paulo 6º, no Butantã, zona oeste da capital. Às 4h da manhã, três horas antes de o posto abrir, dezenas de moradores já formam uma fila para passar pelo clínico ou realizar exames de rotina, como coleta de sangue e urina.
Há quem se arrisque atrás de um encaixe, mas madrugar não é certeza de atendimento garantido. Existem casos em que a pessoa só descobre que o especialista faltou após horas de espera.
No Terminal Rodoviário do Tietê (zona norte), a agonia pode ser ainda pior. Neste fim de ano, idosos aguardam até 12 horas para conseguir passagens gratuitas em ônibus intermunicipais e interestaduais —um benefício assegurado por lei pelo Estatuto do Idoso.
O suplício vara a noite. A grande maioria também aguarda em pé —seguranças impedem que os idosos se sentem ou deitem no chão, relatam os passageiros. Há quem leve cobertores e comida.
Como só há duas vagas grátis por ônibus, é natural que a procura seja grande. Por outro lado, a reserva poderia ser feita por telefone ou internet, e não de modo presencial, por ordem de chegada.
Modelo semelhante poderia ser aplicado nas UBSs. A gestão Bruno Covas (PSDB) ao menos promete reformular as agendas para ofertar mais vagas.
Às portas de 2020, o uso da tecnologia é uma saída para que os cidadãos sejam tratados com mais dignidade e respeito.
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