Grandes problemas

O presidente Jair Bolsonaro tentou sair pela tangente quando questionado sobre a nova etapa das investigações sobre seu filho Flávio, senador pelo Rio. Disse que não trataria de "pequenos problemas" que não lhe diriam respeito.

A segunda parte da resposta pode até estar correta, se a apuração de suspeitas de desvio de dinheiro público não encontrar nada que envolva o presidente. Mas que ele vai precisar se preocupar muito com esse assunto, vai --inclusive porque já deixou claro que a família sempre atua unida na política.

Autoridades acreditam que havia um esquema conhecido como "rachadinha" no gabinete que Flávio Bolsonaro ocupava nos tempos de deputado estadual no Rio. A maracutaia consiste em tomar uma parte dos salários dos funcionários, que são contratados pelo parlamentar, mas pagos pela Assembleia.

No centro do caso está o ex-assessor Fabrício Queiroz, uma figura que esteve ao lado do atual presidente da República desde os anos 1980. Segundo o Ministério Público do Rio, ele recebeu R$ 2 milhões de 13 colegas de então.

Para piorar a história, a Promotoria descobriu que o gabinete empregava parentes de milicianos do estado. Também foi achado um pagamento para a mulher do presidente, Michelle.

Até aqui, Queiroz era o alvo principal das investigações. A operação deflagrada na quarta-feira (18) moveu o foco sobre Flávio Bolsonaro, que poderia ter lavado com sua mulher boa parte da grana do esquema por meio de imóveis.

A apuração, que ficou parada por meses, precisa andar mais rápido agora. O presidente e sua família não podem tapar o sol com a peneira nem reagir com agressividade: precisam esclarecer tudo.

Imagem retirada de redes sociais mostra o senador Flávio Bolsonaro com seu assessor Fabrício Queiroz - Reprodução

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