Está comprovado que o ensino em tempo integral melhora o aprendizado dos alunos. Realidade há muito tempo em países que levam a educação a sério, o modelo ainda é raridade no Brasil.
A situação não é muito diferente em São Paulo. Do total de 3,5 milhões de estudantes da rede estadual, apenas 280 mil (8%) ficam até 9 horas e meia por dia no colégio --a jornada escolar tradicional é de 5 horas e 15 minutos.
É verdade que houve um aumento significativo (49%) no total de matriculados em 2020 em relação ao ano passado. Mesmo assim, a gestão João Doria (PSDB) garantiu vaga a pouco mais da metade dos interessados: 265 mil ficaram de fora. A procura foi tanta que muitos pais madrugaram nas escolas.
O ensino em tempo integral encontra resistências por parte dos professores, que veem prejuízo financeiro. Quem aceita dar aulas nesse esquema recebe 75% do salário a mais em gratificações.
Os contrários à ideia também ponderam que o período cheio afasta o aluno que precisa conciliar o estudo com o trabalho. Os dados deste ano mostram, porém, que o número de jovens que querem estudar em tempo integral é quase o dobro do total daqueles que buscam uma vaga no período noturno.
Tamanho interesse não é à toa. Os colégios de São Paulo que expandiram o tempo que o aluno passa na escola têm obtido resultados até 60% melhores nas avaliações de qualidade educacional.
A gestão Doria afirma que 100% da rede terá o período maior em 10 a 15 anos. Até lá, seja em tempo normal ou integral, cabe ao governo melhorar o desempenho escolar paulista, que recentemente perdeu posições no ranking nacional para estados mais pobres.
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