Testes contra a pandemia

Testar, testar e testar. Assim recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS) para domar a pandemia do coronavírus. Sem informação em quantidade e qualidade sobre a disseminação da doença, o combate se faz quase às cegas.

A urgência não é apenas para conhecer o número correto de infectados. O problema é que a escassez de exames diagnósticos torna impreciso o cálculo da letalidade da nova doença, ou seja, o quanto ela mata suas vítimas. É fundamental reverter isso o quanto antes.

O Brasil está atrasado, mas pelo menos o Ministério da Saúde parece ciente de que deve expandir a testagem.

Em dias ou semanas hospitais deverão ficar abarrotados com pacientes em estado grave. O risco de contaminação de profissionais de saúde, por tabela, também se multiplica assustadoramente.

Identificar quais deles estão infectados com o vírus é decisivo para definir quem deve afastar-se e quem pode continuar trabalhando sem ameaçar a própria saúde e a dos demais à sua volta.

Há dois tipos de exame. O RT-PCR é mais preciso por detectar o vírus, mas custa caro e é demorado. O outro é o imunológico, cujo resultado sai em minutos --entretanto, ele só serve para ser aplicado cinco dias após a infecção.

O primeiro tipo seguirá como padrão para o diagnóstico mais rigoroso. Já o outro, apontado como um dos fatores do relativo sucesso dos países asiáticos contra a Covid-19, será utilizado em massa.

O Ministério da Saúde anunciou a compra de quase 23 milhões de sistemas e kits dos dois tipos. O governo paulista também acertou ao organizar 17 laboratórios no estado para realizar 2.000 testes RT-PCR por dia. É urgente que iniciativas assim se espalhem pelo país.

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