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São Paulo

A paralisação dos entregadores de aplicativos, na quarta-feira (1º), chamou atenção para as precárias condições de trabalho desses profissionais, que se tornaram essenciais na pandemia.

Eles querem o aumento do valor mínimo por entrega e para cada quilômetro rodado, o fim de bloqueios indevidos e o auxílio na proteção contra a Covid-19. Não pedem vínculo empregatício, mas o movimento sindical incluiu esse tema na pauta.

Motoentregadores fazem protesto pedindo melhores condições de trabalho na quarta-feira (1º). Eles saíram em comboio do sindicato, no Brooklin, zona sul de SP, e seguiram para o TRT na região central
Motoentregadores fazem protesto pedindo melhores condições de trabalho na quarta-feira (1º). Eles saíram em comboio do sindicato, no Brooklin, zona sul de SP, e seguiram para o TRT na região central - Rivaldo Gomes/Folhapress

São reivindicações bem razoáveis. Muitos desses profissionais relatam que, apesar de serem muito mais demandados nestes tempos de distanciamento social, sua renda diminuiu mesmo em casos de jornadas mais longas.

Faz anos que os apps viraram saída de emergência para um sem-número de desempregados, o que ajuda a explicar a remuneração baixa. A novidade agora é a epidemia. Os entregadores atuam na linha de frente da prestação de serviços à população confinada. Nessas condições, não podem trabalhar expostos ao risco de infecção pelo vírus.

O que está em jogo não é engessar a relação entre empresas e trabalhadores, muito menos abrir mão das facilidades possibilitadas pela internet.

A eventual obrigação de enquadrar esses profissionais nas normas da CLT, por exemplo, poderia gerar mais perdas que vantagens. Ao mesmo tempo, quem realiza um trabalho tão fundamental deve ter sua proteção garantida. Isso preserva também os clientes.

As empresas se dizem dispostas a dialogar e ressaltam que já atendem a algumas das propostas elencadas, o que já representa uma pequena vitória para os trabalhadores. O avanço desse entendimento só trará benefícios para todos os envolvidos.

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