Como reabrir as escolas

A pandemia terá efeitos desastrosos na educação, especialmente para os alunos mais pobres. Se até as férias provocam alguma perda para o aprendizado, imagine-se o que acontece durante um semestre inteiro de afastamento.

É preciso considerar também a segurança alimentar: para muitos estudantes da rede pública, a merenda escolar é a principal refeição do dia.

Diante disso, as autoridades deveriam priorizar a reabertura das escolas —mas como fazê-la com segurança?

Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus (zona norte de São Paulo), que está fechada por causa da pandemia do novo coronavírus - Adriano Vizoni - 1.jul.20/Folhapress

A escola não é um mundo à parte: o que acontece nela é sempre um reflexo do seu entorno. Se a reabertura ocorrer numa região em que a taxa de infecções segue alta, os alunos serão mais uma peça no ciclo de contaminação.

Já se o contágio estiver baixo, a maior resistência dos jovens ao vírus torna as escolas um bom ponto de partida para tentar retomar a normalidade.

Há outras decisões difíceis: a prioridade deveria ser dada às crianças menores, o que liberaria os pais para trabalharem, ou às mais velhas, mais propensas a respeitar os cuidados necessários? A reabertura deve ser regional ou em bloco?

Nesta última questão, parece mais claro que a retomada pode ser regionalizada, ou até individualizada, desde que a curva local de infecções esteja baixa e cada instituição apresente um plano viável e seguro.

No caso de crianças que moram com pais ou avós em grupos mais vulneráveis à Covid-19, é justo que os responsáveis possam vetar a volta presencial do aluno se acharem necessário. A necessidade de diminuir o tamanho das turmas exigirá, por fim, que as escolas procurem manter um sistema híbrido, presencial e a distância.​

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