Preso após a divulgação de um vídeo com ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) voltou a demonstrar na cadeia que faz pouco para merecer o mandato recebido das urnas.
Em questão de horas, desacatou a agente que o mandou usar máscara nas dependências do Instituto Médico Legal, foi flagrado com dois aparelhos celulares na cela e confraternizou com apoiadores na porta do quartel da Polícia Militar para onde foi transferido.
Se o vídeo grotesco foi suficiente para justificar a restrição à liberdade do parlamentar, seu comportamento arruaceiro parece ter minado os esforços dos aliados que buscaram simpatia para seu caso na Câmara dos Deputados.
Ao referendar na sexta (19) a ordem de prisão de Silveira, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, a Câmara indicou que o parlamentar encontrará entre seus pares poucos dispostos a ajudá-lo a preservar o mandato.
Falando remotamente no início da sessão, Silveira reconheceu exageros no vídeo, disse estar arrependido e pediu desculpas, mas era tarde. Sua detenção foi chancelada por maioria folgada, com 364 votos a favor da ordem de Moraes, 130 contra e 3 abstenções.
À Câmara caberá ainda o julgamento político de Silveira, abrindo o processo que pode resultar na cassação de seu mandato por falta de decoro. O deputado brucutu também vai enfrentar um processo na Justiça.
Ouviram-se na sessão pronunciamentos em defesa da imunidade garantida aos parlamentares e críticas à prisão de Silveira. Mas a maioria decidiu, corretamente, contra os que usam as garantias da Constituição para desafiá-la.
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