Descrição de chapéu Opinião

Luís Marcelo Castro: Pula a fogueira, Lusa

Tenho contado os dias para domingo (23) como uma criança aguarda o Natal —ou meus amigos esperam pela Oktoberfest. É quando, enfim, veremos futebol para valer em campo.

Evidentemente, não me refiro à seleção brasileira do técnico Tite, cujo parco futebol foi vaiado da Terra da Garoa à Bahia de Todos os Santos nesta ainda menos empolgante Copa América. Tampouco pensei na brava seleção feminina, que, apesar de todo o descaso, faz o que pode na Copa do Mundo e, infelizmente, não fugirá do ostracismo até a Olimpíada de Tóquio.

Zé Maria comanda treino da Portuguesa
Zé Maria comanda treino da Portuguesa - Reprodução/Facebook/Portuguesa

Neste domingo, para a alegria dos torcedores do interiorzão, como eu, da Portuguesa e até do Corinthians, tem início a Copa Paulista, que dará um sonhado passaporte à Série D do Brasileiro ao seu campeão (ou vice, se o vencedor escolher a Copa do Brasil).

Clubes das Séries A-1, A-2 e A-3 que estavam parados desde o fim do Paulista matarão saudades da bola e de suas torcidas. Quer dizer, a maioria deles.

A Lusa, por exemplo, priorizou as festas juninas e julinas para faturar algum trocado e mandará suas partidas em Osasco até o início de agosto. Restará aos torcedores rubro-verdes —que não quiserem se deslocar até outra cidade— ver o time como visitante contra Nacional e Juventus.

Assim, a Portuguesa fará somente dois jogos no Canindé na primeira fase. Talvez isso não seja um problema, já que o nômade Atibaia chegou à semifinal em 2018 atuando em Americana, o que se repetirá neste ano. Por outros motivos, o Água Santa estreará em São Caetano do Sul, o Corinthians sub-23, também em Osasco, e a Ponte Preta, com sua molecada, em Águas de Lindoia.

Mas o caso do Rubro-Verde é diferente. O clube tenta eliminar uma dor de cabeça arrumando outra. Quando o futebol é relegado a segundo plano desde o início, fica difícil pensar em voltar ao cenário nacional.

Que o técnico Zé Maria tenha paciência, energia e sabedoria para repetir o sucesso que teve como jogador na Lusa. Ele vai precisar.

O torneio da Federação Paulista do segundo semestre está longe de ser o melhor dos mundos, mas quebra o galho.

Diferentemente dos anos anteriores, quando São Paulo e Santos se aventuraram na Copa Paulista (sem muito sucesso, é verdade), desta vez o Corinthians tenta a sorte com sua equipe sub-23. Dá para animar a Fiel enquanto o Brasileirão não volta.

Esta primeira rodada já reserva dois clássicos, no interior, entre Rio Claro e Velo Clube, e no ABCD, entre Água Santa e São Bernardo. O XV de Piracicaba reencontra a Inter de Limeira, sua algoz na última Série A-2, o Votuporanguense inicia a briga pelo bi, contra o Comercial.

Com a paralisação do Brasileiro, o fim dos europeus e a bolinha que Brasil e Argentina estão jogando, a Copa Paulista é um prato cheio. 

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