Foram oito anos de preparação até receber a primeira oportunidade como treinador efetivo. Os estágios não foram em qualquer lugar. Nos últimos trabalhos, ele passou por Corinthians, Internazionale-ITA e Brasil. Com todo esse currículo, sempre muito elogiado pelos seus superiores, esperava-se que a carreira decolasse na aventura solo.
O personagem em questão é o ex-lateral esquerdo Sylvinho, que, em maio, encerrou a parceria de três anos como homem de confiança de Tite. Cotado para ser o comandante da seleção brasileira para o projeto de buscar a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, ele preferiu assumir o cargo de técnico do Lyon-FRA, tendo o respaldo do ex-meia Juninho Pernambucano, diretor esportivo, e um dos maiores ídolos da história do clube.
A queda de Sylvinho, decretada nesta segunda-feira (7), surpreende para os padrões do futebol europeu, cujos dirigentes costumam ter mais paciência com os treinadores, ainda mais em início de temporada. Só que o Lyon não quis pagar para ver e resolveu aproveitar os 12 dias sem jogos para dar uma chacoalhada no elenco e acalmar os torcedores.
Para os padrões brasileiros, a demissão foi corriqueira. Se não dá resultados, em um campeonato no qual a sua equipe entra como favorita, a fritura é inevitável. No caso do novato, o seu início realmente foi desastroso. Em 11 partidas, nove pelo Campeonato Francês e duas na Liga dos Campeões, o Lyon colecionou três vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Duas vitórias aconteceram nas duas primeiras rodadas no torneio local.
O que acelerou a interrupção do trabalho de Sylvinho é que o Lyon, derrotado neste domingo (6) no clássico contra o Saint-Étienne, completou o sétimo jogo sem vitória. Muitos torcedores nem eram nascidos quando o time teve um início tão ruim. A última vez que a equipe largou dessa maneira em uma temporada do Francês ocorreu em 1995/96. Na ocasião, o clube atingiu também nove pontos em nove rodadas.
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