Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gita Gogoia, seu olho me olha, mas não me pode alcançar, não tenho escolha, careta, vou descartar... Alô, povão, agora é fé! O estrangeirismo não é o único problema da comunicação no futebol brasileiro. É pandêmica a vontade da “geração hat-trick” passar vergonha abusando do vocabulário “brega-prolixo”!
Após traduzir para o português seis expressões armagedônicas nos dois capítulos anteriores, o professor Pasquale matou no peito e escancarou a beleza da simplicidade. Sigamos a “pentalogia”!
7) JOGO APOIADO
Definição afetada: “Times equilibrados usam a versão equilátera; equipes mal treinadas exibem versões escalenas aleatórias”.
Vitão: “A mesa aqui de casa está com jogo. Aí eu coloco o tamanco da patroa embaixo do pezinho como calço, de apoio, e aí ela para de ficar jogando de um lado pro outro”.
Pasquale: “Frescura pura. Isso nada mais é do que tabelar, entrar com tabelinhas ou triangulações”.
8) TERÇO FINAL
Definição afetada: “Local onde se reproduz o um contra um e onde a equipe que propõe o jogo exerce a pressão alta”.
Vitão: Minha saudosas avós Adélia e Cida, ambas muito católicas e frequentadoras, respectivamente, das igrejas Candelária (Vila Maria-ZN) e São João Batista (Tatuapé-ZL), chamavam o terço final de “extrema-unção”.
Pasquale: “Outra frescura, invencionice pura. Por que não dizer pura e simplesmente ‘ataque’ ou ‘no ataque’? Simples, não?”
9) JOGO REATIVO
Definição afetada: “Oposto ao jogo propositivo. Estratégia baseada em atuar atrás da linha da bola, em marcação baixa e especulando em transições rápidas”.
Vitão: “Velho, tirando futebol e Atari, apesar do meu histórico de atleta, eu só conheço Super Trunfo, truco, dama... O tal reativo não é da minha época, não”.
Pasquale: Outra típica do Professor Pardal. É muito mais razoável dizer ‘jogar no contra-ataque’, ‘jogar na retranca para tentar o contra-ataque’”.
E daí?
Fernando Pessoa: “Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo”.
Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!
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