Ê, ô, ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz... Alô, povão, agora é fé! Da série "o futebol imita o pior da vida", a irresponsável abertura do CovidãoBR-2020 escancarou que não é à toa que defensores do presidente que mostra caixa de cloroquina para uma ema usam o uniforme da CBF.

Após o vexame protocolar de Goiás x São Paulo, pergunto:

1) Já que estamos ao deus-dará, é permitido professar qualquer fé para o lotérico CovidãoBR ir até o fim? Ou, apesar da farsa brasileira do estado laico, só é permitido orar de forma "terrivelmente evangélica"?

2) Como, da coleta até o resultado do teste, os jogadores continuam treinando, concentrando e tendo contatos com colegas de time, familiares, funcionários, profissionais que trabalham e circulam nos hotéis e aeroportos do país, a CBF acredita que o histórico de atletas evitará uma tragédia? Se morrer gente a mais ou gente a menos, faz parte e o importante é a economia da bola não parar?

3) Com tantos falsos negativos, falsos positivos e verdadeiras incertezas, os testes são mantidos como espécies de amuletos que funcionam mais para dar confiança aos atletas. Tem gente que prefere galho de arruda, outros entram em campo com o pé direito, outros se sentem mais confiantes ao receberem exames que apontam falsos negativos ou falsos positivos para a Covid-19?

4) A grade televisiva faz parte do protocolo? Jogo com TV aberta, jogo com TV fechada e jogo com pay-per-view terão o mesmo critério para serem adiados ou confirmados? Ou é como na vida real, em que setores da economia com mais poder de barganha conseguem permissão estatal para "tocar a vida" e salve-se quem puder?

Como a pandemia segue incontrolada, mantenho a minha posição radicalmente contrária à volta do futebol. Essa culpa eu também não carrego!

Friedrich Nietzsche: "É difícil viver com as pessoas porque calar é muito difícil".

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca e também no site www.agora.com.br!

Sampaoli

A turma que afirmava que Jorge "Charles Miller" Jesus trouxe a bola ao Brasil errou por precipitação. Na verdade, a colonizada geração "hat-trick" leu mapas de calor, reviu conceitos e concluiu que foi Jorge Sampaoli, o pior técnico da Copa, que inventou nosso futebol. Em tempo: tenho ojeriza à xenofobia. E pena do vira-latismo!

Pontozzz corridozzz

Na irreversível derrota nossa como sociedade, todo dia é decisivo para milhares de pessoas. Subnotificações à parte, com as 721 mortes contabilizadas ontem no país presidido pelo amigo do Queiroz, marido da Michele e pai do Flávio, o placar aponta que 101.857 brasileiros morreram da "gripezinha", talkey?