Sem resultados expressivos na Fórmula 2 e campeão de penalidades por negligência nas pistas, o russo Nikita Mazepin, 21 anos, é mais um piloto pagante e de talento questionável que entrará na Fórmula 1, principal categoria do automobilismo mundial, graças à fortuna que seu pai, um bilionário empresário da indústria de fertilizantes, está disposto a torrar.
Contratado para formar dupla com Mick Schumacher na equipe Haas, Mazepin publicou, sem pudor algum, um vídeo no qual tentava apalpar os seios de uma amiga dentro de um carro.
Diante da repercussão negativa da "brincadeira", do constrangimento de seus futuros chefes e dos pedidos para que a Haas revisse os planos em levá-lo ao grid mais cobiçado pelos pilotos, apressou-se em pedir desculpas pelo "comportamento inadequado".
Enquanto Mazepin apagava o vídeo do assédio e tentava salvar seu contrato, jogadores de PSG e Istanbul Basaksehir se ajoelhavam no gramado do Parque dos Príncipes com os punhos erguidos e exibiam a mensagem "Não ao racismo".
Na última terça-feira (8), com o apoio dos craques Neymar e Mbappé, todos eles haviam abandonado o jogo após o assistente técnico do time turco e ex-jogador africano Pierre Webó ter sido vítima de ofensa racista do quarto árbitro, o romeno Sebastian Coltescu. O protocolar pedido de desculpas do juiz pela conduta inadequada na partida ainda é aguardado.
A Uefa criou um protocolo antirracista que não funciona e mantém uma campanha que prega "Respeito" até na camisa dos atletas, mas preferia que a partida não tivesse sido interrompida. Já a equipe de Fórmula 1 limitou-se a dizer que não tolera o comportamento de Mazepin, mas tratará o caso internamente. Afinal, há muito dinheiro envolvido.
Ações inapropriadas que, em outros tempos, eram vistas com normalidade, como brincadeira ou mera inconveniência, hoje são inaceitáveis. Urge que as federações que regem o esporte adotem regras mais rígidas para esse tipo de comportamento, de multas pesadas a suspensão e, dependendo do caso, até exclusão definitiva. Ou nada mudará.
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