Tudo aconteceu muito rapidamente. De uma semana para a outra, já não era possível combinar o tradicional encontro, às 9h de domingo, com o amigo Rodrigo Fonai no bar do Tustão Cebola, na Mooca, para abrir o dia com um litrão antes da peleja do Juventus na gloriosa Rua Javari.
Também pararam os telefonemas do Renato Silvestre para ir a Osasco ou Barueri a fim de acompanhar o Oeste, o Audax, o GEO ou o Osasco FC, que, inclusive, fechou as portas de vez durante a pandemia. Da mesma forma, excepcionalmente neste ano não pude convidar o Xico para assistirmos ao mata-mata da Série A-2 do Campeonato Paulista no Anacleto Campanella ou ainda no 1º de Maio, ambos no Grande ABC.
Sem poder visitar meus velhos, em Piracicaba, pela primeira vez desde muito pequeno, deixei de caminhar, em 2020, as sete quadras que separam o apartamento deles do grandioso Barão de Serra Negra a tempo de ver o time zebrado entrando em campo sob efusivos aplausos.
As constantes idas ao Allianz Parque, Canindé, Comendador Souza, Morumbi ou Neo Química, acompanhando amigos ou profissionalmente, de repente, cessaram completamente.
Até mesmo as viagens com a esposa, invariavelmente acompanhadas de visitas guiadas em algum estádio, é claro, precisaram ser adiadas.
O isolamento forçado pela Covid-19 fechou os portões de todos os templos do futebol pelo Brasil, em março, sem previsão do retorno das torcidas, tão importantes para o espetáculo quanto os atletas em campo.
Em um ano marcado por tantas mortes, internações, sofrimento, separações e problemas financeiros e psicológicos, resta desejar que em 2021 a vacinação comece rapidamente e que a nova praga seja contida. E que os estádios voltem a receber o público com segurança. E que uma horda de camisas grenás possa se aglomerar no bar do Tustão, sem medo, antes do almoço em família.
São essas pequenas alegrias que ajudarão a vida voltar ao normal.
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