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Mundo Olímpico: As mulheres têm espaço no futebol americano

Sarah Fuller se torna a primeira jogadora a marcar pontos na principal liga universitária

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São Paulo

A pandemia de Covid-19 mudou completamente o mundo que conhecíamos no início do ano. As relações entre as pessoas tiveram de ser revistas, o distanciamento social passou a ser o padrão aceitável, campeonatos esportivos foram cancelados ou adiados e muitas vidas foram e ainda são perdidas para o novo coronavírus, uma vez que as vacinas ainda não estão disponíveis para todos.

Sarah Fuller comemora após marcar seu primeiro ponto em chute contra a Universidade de Tennessee, no último sábado (12)
Sarah Fuller comemora após marcar seu primeiro ponto em chute contra a Universidade de Tennessee, no último sábado (12) - @sarah_f27 no Instagram

Apesar de tantas coisas ruins, os otimistas sempre buscam ver o copo meio cheio, em vez de meio vazio. O caso de Sarah Fuller, de 21 anos e 1,88 m, é um desses. Goleira do time de futebol (soccer) da Universidade Vanderbilt, em Nashville (EUA), ela se tornou a primeira mulher a marcar pontos em um jogo da Power Five, a principal liga de futebol americano universitário dos Estados Unidos, que possui apenas equipes masculinas.

Sarah não foi a primeira mulher a jogar ou marcar pontos em times masculinos de futebol americano, mas foi a primeira a disputar a principal divisão universitária. Antes dela, Liz Heaston (1997), Ashley Martin (2001), Katie Hnida (2003) e April Goss (2015) já haviam tido tal experiência, mas em divisões inferiores.

O feito de Fuller só foi possível porque muitos jogadores da equipe estão em quarentena por causa da Covid. Como a atleta havia feito treinos recreativos com o grupo, como kicker (chutadora), a comissão técnica logo lembrou dela e a convidou para compor a equipe, o Vanderbilt Commodores.

No dia 28 de novembro ela já havia feito história ao entrar na partida contra o Mizzou Tigers para dar um chute (kick), mas não chegou a marcar o ponto extra. Porém, no último sábado (12), ela voltou ao campo e conseguiu acertar dois chutes, marcando dois pontos extras para sua equipe contra a Universidade de Tennessee. Os Commodores perderam por 42 a 17, mas o placar pouco importou.

Sarah em ação como goleira do time de futebol da Universidade Vanderbilt, em Nashville (EUA). Foram seus tiros de meta que chamaram a atenção dos técnicos de futebol americano para ser kicker
Sarah em ação como goleira do time de futebol da Universidade Vanderbilt, em Nashville (EUA). Foram seus tiros de meta que chamaram a atenção dos técnicos de futebol americano para ser kicker - @sarah_f27 no Instagram

A possibilidade de uma mulher disputar uma partida entre os homens, e ainda no futebol americano, que é extremamente físico, mostra que a igualdade de gênero é possível. Claro que é preciso guardar as devidas diferenças físicas, uma vez que, para mim, uma mulher não conseguiria realizar outra função do futebol americano que não seja de kicker, devido ao contato constante que muitas vezes resulta em traumatismos cranianos e fraturas nos atletas.

Mas por que não deixar essa função de kicker apenas para as mulheres, já que o kicker só entra em campo para chutar a bola oval parada e não tem contato com os outros jogadores?

Sarah Fuller mostrou que é possível. Para incentivar outras mulheres a seguirem seu exemplo, ela deixa uma mensagem na parte de trás de seu capacete: “Jogue como uma garota”.

Sarah mostra a mensagem em seu capacete para incentivar outras mulheres a seguirem seu exemplo: "Play like a girl" (Jogue como uma garota)
Sarah mostra a mensagem em seu capacete para incentivar outras mulheres a seguirem seu exemplo: "Play like a girl" (Jogue como uma garota) - @sarah_f27 no Instagram
Claudinei Queiroz
Claudinei Queiroz

49 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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