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Caneladas do Vitão: Civilização ou Barbárie

Uma escolha muito difícil

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São Paulo

O problema de não se envolver com futebol é que o seu time é usado, abusado, destruído e desgovernado por quem mergulha na área sem limites nem escrúpulos. E envolve, sem qualquer simulacro de parcimônia, também filhos, mulher, ex-mulheres e ex-parceiras freelancers que eram usadas para justificar o uso de apartamento funcional bancado pelo erário público.

Charge com o rosto de Caetano Veloso no centro, Chico Buarque e Gilberto Gil na esquerda e Sérgio Reis e amado Batista na direita
Cláudio Oliveira

O torcedor brasileiro tem uma escolha muito difícil a fazer: levantar bandeira contra o desgoverno corrupto, nepotista, genocida, incompetente e sádico a ponto de usar cobaias humanas para "tratamento" ineficiente de uma "gripezinha" que matou 600 mil pessoas ou vestir a fantasia de apoiador e, pois, cúmplice, com muito orgulho, com muito amor, de quem transformou o manto da seleção brasileira em uniforme usado por gente do naipe de um Fabrício Queiroz para manifestar todo tipo de ignomínia.

Não é fácil escolher o repertório de músicas para incentivar o time na arquibancada. Ficar do mesmo lado de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil ou de MC Reaça, Amado Batista ou do golpista Sérgio Reis?

São muitas decisões difíceis e vários fatores a serem escolhidos: ficar do lado de quem não tem qualquer política desportiva, sequer citou a área durante a campanha e que acabou com o Ministério do Esporte e o transformou num puxadinho militarizado do Ministério da Cidadania e, paradoxal, oportunista e cinicamente, usa camisas de clubes em suas "lives" patéticas transmitidas para animar o seu gado? Ou ir à rua e levantar bandeiras como esporte integrado à educação para a formação de cidadãos e que privilegie o fomento do desporto profissional em todas as regiões, posicionando-se do lado adversário de quem se associa à Conmebol para organizar e bancar uma Copa América em meio à pandemia?

Viver é fazer escolhas difíceis. Não se posicionar, na prática, é o jeito mais covarde de se aliar a quem está no poder e defende armar a população e, também no esporte, como nas questões culturais, sociais, econômicas, sanitárias, ambientais, raciais, femininas, trabalhistas e em todas as áreas civilizatórias, destruiu tudo que encontrou pela frente e não entregou nada.

Aqui, SEMPRE foi #EleNão. Essa culpa eu não carrego!

Viva a memória!

Fora, Bolsonaro!

Platão: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam".

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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