Mesmo com 74,7% de negociações salariais reajustadas acima da inflação, o trabalhador não sentiu a diferença no bolso, segundo dados do Salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Isso ocorreu porque a inflação de 3,9%, registrada nos últimos 12 meses até março, achatou o reajuste real. Os aumentos salariais médios foram de 4% no mês, mas, ao descontar a inflação, o trabalhador ganhou só 0,1% além da inflação.
O coordenador do projeto, Hélio Zylberstajn, afirma que esse cenário deve permanecer até julho, devido ao “efeito caminhoneiros”. “Com a greve dos caminhoneiros, a inflação subiu e os reajustes reais desapareceram. Uma queda na inflação nos últimos meses ajudou a melhorar os índices, mas houve outro salto, que fez sumir o reajuste real em março”, explica Zylberstajn.
Acordos
Os sindicatos têm encontrado dificuldade em realizar acordos coletivos com as empresas. Desde a Reforma Trabalhista, o número de negociações concluídas vem caindo. Foram feitos 3.090 acordo em 2017. Em 2018, o número caiu para 2.284 e, neste ano, baixou para 2.141. “As mudanças têm causado desentendimentos entre sindicatos e empresas”, afirma.
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