Ferroviários da CPTM podem entrar em greve nesta terça-feira (24)

Trabalhadores das linhas 11, 12 e 13 votam paralisação por reposição salarial nesta segunda-feira (23)

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Flavia Kurotori
São Paulo

Aproximadamente 2.500 ferroviários das linhas 11 - Coral, 12 - Safira e 13 - Jade podem iniciar uma greve nesta terça-feira (24). Os trabalhadores reivindicam reposição salarial referente à data-base de 1º de março.

Segundo o sindicato que represente a categoria, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) descumpriu o prazo estabelecido pelo TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) de São Paulo para o pagamento do reajuste.

A votação em assembleia está prevista para as 18h desta segunda-feira (23) após audiência de conciliação no TRT, da qual participará o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil.

A audiência está marcada para as 15h. Segundo o sindicato, o reajuste salarial é de 3,63% para o exercício de 2020/2021 e de 6,36% para 2021/2022.

Movimentação na estação Grajaú da CPTM durante a greve realizada em julho
Movimentação na estação Grajaú da CPTM durante a greve realizada em julho - Rivaldo Gomes - 15 jul 2021/Folhapress

​"A empresa não aplicou a reposição apesar dos ferroviários não terem deixado de trabalhar na pandemia. Vários ferroviários foram a óbito, embora a CPTM não queira divulgar os números", afirma Alexandre Mucio, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil.

O sindicalista explica que, em julho, o TRT paulista já havia determinado que a companhia aplicasse o reajuste salarial. A CPTM recorreu, mas o TST (Tribunal Superior do Trabalho) decidiu a favor dos trabalhadores.

Naquele mês, funcionários das linhas 7, 8, 9, 10 e parte da 13 fizeram outra greve na CPTM. A paralisação foi organizada pelos sindicatos de trabalhadores das ferrovias de SP, zona sorocabana e dos engenheiros do estado de SP.

Na ocasião, a greve teve início no dia 15, mas o funcionamento das linhas voltou ao normal no dia seguinte, após um acordo entre funcionários e empresa. Contudo, este acordo não contemplou quem é das linhas 11, 12 e 13, uma vez que o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil não participou da negociação.

Ainda que o foco seja a reposição salarial, Mucio destaca que a empresa não pagou o PPR (Programa de Participação de Resultados) referente a 2020, que já havia sido determinado pelo TRT.

"A CPTM tinha o acordo de pagar em duas vezes, em 31 de março e 30 de junho, e não cumpriu. Ganhamos uma ação de cumprimento e foi determinado o pagamento com multa e juros, mas a companhia não cumpre nada", diz ele.

Procurada pelo Agora para comentar o assunto, a CPTM não se manifestou até a publicação deste texto.

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