A greve dos trabalhadores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) terminou por volta das 17h30 desta quinta-feira (16). Em assembleia, ferroviários dos sindicatos da Sorocabana de São Paulo e dos Engenheiros de São Paulo que atuam nas linhas 7, 8, 9 e 10 decidiram voltar aos trabalhos. A normalização das atividades será gradual e deve ocorrer gradualmente.
A greve dos trabalhadores da CPTM foi iniciada a 0h desta quinta. A paralisação foi nas linhas 7-rubi, 8-diamante, 9-esmeralda, 10-turquesa e em parte da linha 13-jade. Cerca de 3 milhões de passageiros foram prejudicados.
De acordo com os sindicatos, a proposta aceita pela Secretaria de Transportes Metropolitanos é de pagamento de metade do PPR (Plano de Participação de Resultados) 2020 no dia 10 de agosto e os 50% restantes, com acréscimo da multa contratual, em 10 de janeiro de 2022. Também, ainda de acordo com sindicalistas, houve o compromisso acordado de não haver recurso no TST (Tribunal Superior do Trabalho) das decisões que envolvem os dissídios econômicos (salários e benefícios) referentes aos anos de 2020 e 2021. Já o dissídio coletivo de 6,22% vai ser debatido em nova audiência de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), ainda a ser marcada.
Por sua vez, a secretaria e a CPTM confirmam os termos do acordo com os ferroviários e ressaltam que a partir das 4h da sexta-feira a operação comercial das linhas operadas pela CPTM estará completamente normalizada.
Pela manhã houve tumulto na estação Grajaú, na zona sul. Cerca de 200 pessoas obstruíram a avenida dona Belmira Marin em protesto pela falta de trens. Dez viaturas da Polícia Militar estiveram posicionadas na saída do terminal rodoviário urbano, anexo à estação de trem, o que impediu a circulação de ônibus.
Em Francisco Morato, na Grande SP, também houve tumulto, sendo que uma mulher teria sido ferida no olho. Policiais militares usaram bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersar a multidão.
A CPTM não acionou o sistema Paese, que funciona com ônibus gerenciados pela SPTrans. A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), por sua vez, disse que reforçou a operação de 24 linhas com 34 veículos. Entre Barueri e Itapevi, na Grande São Paulo, a empresa também acrescentou 16 carros para operar em 12 linhas. E mais 18 veículos a mais passaram a operar em outras 12 linhas gerenciadas pela empresa do governo do estado.
Ferroviários dos dois sindicatos ajuizaram no TRT o dissídio de greve. O tribunal marcou audiência conciliatória na terça-feira (14), mas a CPTM recusou a proposta dos ferroviários de reajuste de 6,22% e manteve 0% que vigora há dois anos. A data-base da categoria é 1º de março. A companhia não havia assinado as cláusulas financeiras do Acordo Coletivo de Trabalho 2021/2022.
A categoria está em estado de greve desde 1º de abril. O Plano de Participação nos Resultados está com duas parcelas em atraso referentes ao ano passado, que deveriam ser pagas em 30 de março e no dia 30 de junho. A CPTM não aceitou um acordo proposto pelo Ministério Público.
Sobre os equipamentos de segurança, primeiramente os ferroviários tiveram de comprar máscaras e álcool em gel. Depois, após ação interposta pelo sindicato e pelo MP é que a empresa começou a oferecer esses EPI.
Pela manhã, a CPTM afirmou em nota que os grevistas paralisaram em 100% as operações nas linhas 9 e 10, descumprindo determinação judicial.
"A companhia tem uma decisão da Justiça do Trabalho que determina a manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 100 mil", afirmou.
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