Em São Paulo, o roteiro turístico tradicional é acompanhado de uma série de problemas. O Vigilante Agora percorreu a pé 19 pontos da região central da cidade na última semana e se deparou com sujeira, mau cheiro e a presença de usuários de drogas lado a lado com os patrimônios históricos da capital.
Em alguns lugares, havia mais moradores de rua do que visitantes, como na região da Luz, onde há museus, teatros e praças. No entorno da estação de trem, aberta há mais de 150 anos, havia dezenas de pedintes e vendedores ambulantes ilegais. O local também funciona como ponto de prostituição.
No trajeto entre as estações da Luz e Júlio Prestes (550 metros), usuários de crack se amontoam nas calçadas.
"Pra passar aqui tem ser correndo", disse Sandra Rodrigues, de 47 anos, que não informou a profissão.
Durante a curta caminhada, o pedestre passa por três pontos turísticos: Memorial da Resistência, Sala São Paulo e praça Júlio Prestes. Em todos eles, a sensação de insegurança é a mesma.
A presença de batalhões da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e da Polícia Militar não afasta os usuários e traficantes da região conhecida como cracolândia. "Já me assaltaram duas vezes aqui, tem que ficar muito alerta", disse o pedreiro João de Miranda, 31.
Na praça da Sé, há moradores de rua por toda a parte. Entre os espelhos d’água pessoas consomem drogas, ignorando o policiamento. Em frente ao mosteiro de São Bento, há ambulantes e moradores de rua, acampados.
Na rua 25 de Março, os camelôs são ainda mais abundantes. Muitos vendem itens proibidos, como spray de pimenta, cujo uso é restrito a agentes de segurança, e cigarros eletrônicos, ilegais no país. A presença da PM não intimida: vendedores anunciam os produtos aos gritos.
Sem conexão
O Vigilante também detectou falhas no programa Wifi Livre, da prefeitura sob gestão Bruno Covas (PSDB). Dos dez locais visitados onde havia o serviço disponível, somente em dois a internet funcionava _Masp e Pateo do Collegio.
Covas anunciou a meta de ampliar para 621 os pontos de acesso à internet grátis até 2020, mas hoje o sinal existe em 120 praças e parques.
Resposta
A Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), disse por meio de nota que realiza ações diárias de combate ao comércio irregular nas regiões citadas, com o apoio da GCM e da PM. Em relação à zeladoria dos pontos turísticos, a prefeitura diz limpar mais de uma vez por dia as praças da Sé, Liberdade e República.
No entorno do Mercado Municipal, a frequência é diária, e no Theatro Municipal o trabalho é feito dez vezes por dia. Na região da Luz, equipes de limpeza trabalham seis vezes por dia.
Quanto ao atendimento a moradores de rua, a secretaria de Assistência Social diz realizar abordagens constantes e acolhimento à população nos locais citados.
A pasta da Saúde também afirma oferecer apoio e que tem ações de reabilitação na região da cracolândia.
A prefeitura se comprometeu ainda a verificar o sinal do Wifi Livre. "Mediante o contato da redação, as operadoras que ofertam o sinal serão notificadas para nova checagem".
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