Rampas de acesso têm bloqueios e rachaduras

Buracos, degraus e lixo atrapalham a circulação

São Paulo

O Vigilante Agora percorreu 95 km de grandes avenidas de São Paulo na semana passada e encontrou boa estrutura nas rampas de acessibilidade, apesar de problemas pontuais em muitas delas.

Algumas vias importantes, como a avenida Sapopemba (a mais extensa da cidade) e a Celso Garcia, ambas na zona leste, não possuem adaptações em grande parte dos cruzamentos.

Ciclista passa por buraco na saída de rampa na avenida Celso Garcia, na zona leste; região é uma das menos acessíveis - Rubens Cavallari/Folhapress

Em outras, como a Engenheiro Caetano Álvares, as rampas eram estreitas e não tinham piso tátil, importante para a locomoção de deficientes visuais. Ainda na Engenheiro Caetano Álvares, as rampas de dois cruzamentos, entre as ruas Domingos Torres e Valdemar Marins, estavam esburacadas.

Também na zona norte, o cruzamento entre a rua Paulo Setúbal e a avenida Cruzeiro do Sul tinha uma rampa com rachaduras profundas. Na mesma avenida, na altura da avenida General Ataliba Leonel, um buraco no asfalto dificultava o acesso à calçada.

Um buraco ainda maior se colocava entre a rampa acessível e a faixa de pedestre no cruzamento da avenida Santo Amaro com a rua Demóstenes, na zona sul.

Também foram localizadas outras quatro rampas danificadas na avenida. Em uma delas, o piso tátil foi arrancado quase totalmente, deixando um buraco fundo.

Outro problema comum são pequenos degraus entre a rua e as rampas. Na altura do 2.577 da rua Vergueiro, a falha mais grave, o degrau media cerca de 10 cm.

Degrau na rampa mede 10 centímetros na avenida Vergueiro, altura do número 2.577 , na Vila Mariana (zona sul) - Ronny Santos/Folhapress

Na região central da capital, foram encontrados poucos problemas estruturais. Apesar de alguns cruzamentos da avenida Paulista não terem adaptações de acessibilidade, as rampas existentes estão em boas condições. Na região, avenida Ipiranga, por outro lado, alguns cruzamentos estavam obstruídos com entulho.

Outro grande corredor da cidade, a avenida Brigadeiro Faria Lima (zona oeste) estava bem conservada, com exceção de quatro pontos onde foram observados desgastes como rachaduras. Na região, alguns pontos da avenida Pacaembu estavam sujos de lama e um cruzamento tinha bastante rachaduras.

Na zona leste, além da falta de acessibilidade na avenida Celso Garcia, foram encontrados quatro pontos onde as rampas estavam em mau estado. Na Alcântara Machado, a Radial Leste, o mesmo acontecia em dois pontos.

Resposta do município

A Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), disse à reportagem que “está trabalhando na manutenção e readequação do passeio público da capital por meio do Plano Emergencial de Calçadas”, que prevê reformas e adaptações em calçadas que não atendam as normas de acessibilidade previstas na legislação municipal.

As rotas priorizadas são aquelas onde há maior circulação de pedestres em todas as regiões da cidade, a fim de garantir “malha de mobilidade acessível”, diz a nota.

A prefeitura diz que vai destinar R$ 53 milhões para a revitalização de 750 mil m2 de calçadas da cidade até o fim de 2019.

Quanto aos casos pontuais mencionados na reportagem, a prefeitura se comprometeu a vistoriar os cruzamentos e realizar as obras de recuperação. Alguns dos locais, como a avenida Pacaembu, diz a pasta, já tiveram os problemas corrigidos. Em outros, como na Engenheiro Caetano Álvares, o prazo é de um mês.

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