Mulher jovem também deve se prevenir contra câncer de mama

Casos abaixo dos 40 anos são cerca de 5% do total, mas tumores geralmente são mais agressivos

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São Paulo

As mulheres com menos de 40 anos estão entre as que menos são diagnosticadas com câncer de mama. Atualmente, estatísticas apontam que cerca de 5% dos casos são de jovens nesta faixa etária. Porém, especialistas alertam que isso não é motivo para que elas se descuidem quando o assunto é prevenção.

Segundo médicos, a maioria dos casos de câncer de mama em mulheres jovens são de tumores mais agressivos, que menos respondem ao tratamento e são diagnosticados em estágios mais avançados.

"Não é regra, mas a maioria dos casos de câncer em mulheres mais jovens tem comportamento de crescimento mais rápido", afirmou a mastologista Giovanna Azevedo Gabriele Carlos, do Hospital São Camilo.

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A médica ressalta que os casos são descobertos em estágios mais avançados porque os exames preventivos, como a mamografia, não são indicados para as mulheres jovens, pois nesta idade elas têm muitas glândulas mamárias que podem ser confundidas com nódulos.

Segundo o mastologista Alexandre Pupo Nogueira, do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês, os cânceres em mulheres mais jovens geralmente têm relação com a hereditariedade (quando há casos na família) ou com a mutação genética, ou seja, quando as células do corpo têm predisposição para desenvolver o tumor. 

"A mutação genética em si não causa o câncer, mas torna mais fácil que a célula, sob determinado estímulo, se torne cancerígena", afirmou Nogueira.

O mastologista ressalta que a prevenção começa com uma "boa conversa" no consultório para saber o histórico da família. "Se tiver casos de câncer de mama ou ovário já é considerado grupo de risco e a mulher é encaminhada para acompanhamento", disse. 

Especialista recomenda que mulheres se conheçam

A recomendação dos especialistas para as mulheres que têm menos de 40 anos e querem se prevenir do câncer de mama vai muito além da boa alimentação, atividade física e o autoexame. Segundo a mastologista Giovanna Azevedo Gabriele Carlos, da Rede de Hospitais São Camilo, é fundamental o autoconhecimento.

A mastologista explica que o autoexame é complementar e não substitui o ultrassom e a mamografia. "O que eu recomendo mesmo é que as mulheres se conheçam. Ninguém é simétrico, nenhum lado [do corpo] é igual ao outro e nenhuma mama é igual a outra. Por isso, é importante a mulher se conhecer para saber quando algo está errado", afirmou Giovanna.

Segundo a especialista, o autoconhecimento é fundamental para a mulher poder se cuidar, inclusive fazendo o autoexame da mama sempre após a menstruação. "E quando houver qualquer suspeita ou alteração, a mulher deve procurar um médico para fazer os exames complementares". Além disso, a médica recomenda atividade física, alimentação saudável, evitar o cigarro e anticoncepcional como prevenção.

Arte Agora

Câncer de mama

  • É uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse processo gera células anormais que se multiplicam e formam um tumor
  • É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres depois do de pele não melanoma

Casos

  • Representam de 29% dos novos casos de câncer a cada ano
  • Estimativas de novos casos: 59.700 (2018)
  • Mortes: 16.927, sendo 203 homens (2017)

Incidência

  • Mais comum em mulheres a partir dos 50 anos
  • - Menos agressivo
  • - Se desenvolve mais lentamente

Entre as mulheres com menos de 40 anos a incidência é de 5%

  • - Mais agressivo
  • - Diagnosticado em estágio mais avançado
  • - Responde menos aos tratamentos
  • - Mais associado à hereditariedade

Fatores que aumentam o risco

Ambientais e comportamentais

  • - sobrepeso e obesidade após a menopausa
  • - sedentarismo
  • - consumo de bebida alcoólica
  • - exposição frequente a radiações (raios-X)

Histórico reprodutivo e hormonal

  • - primeira menstruação antes de 12 anos
  • - não ter filhos
  • - primeira gravidez após os 30 anos
  • - menopausa após os 55 anos
  • - uso de pílulas anticoncepcionais
  • - ter feito reposição hormonal, principalmente por mais de cinco anos

Genéticos e hereditários

  • - casos de câncer de ovário e de mama na família
  • - alteração genética

Sintomas

  • - Nódulo (caroço) fixo e geralmente indolor
  • - Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
  • - Alterações no mamilo
  • - Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
  • - Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos

Diagnóstico

  • - Exame clínico das mamas
  • - Mamografia
  • - Ultrassonografia
  • - Ressonância magnética

Tratamento

É definido de acordo com as características do tumor e as condições da paciente, podendo ser:

  • - Cirurgia para retirada do tumor ou da mama
  • - Radioterapia 
  • - Quimioterapia
  • - Hormônioterapia
  • - Terapia biológica

Prevenção

  • - praticar atividade física
  • - alimentação saudável
  • - manter o peso adequado
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