Comércio popular de São Paulo sofre com calçadas ruins e ambulantes

Locais na região central de SP estão com problemas para receber consumidores neste final de ano

São Paulo

O consumidor deverá ter dificuldades para caminhar nas principais ruas de comércio popular da capital nas compras deste Natal.

A maior dificuldade são os ambulantes espalhados por todos os cantos, inclusive com produtos expostos em lonas plásticas no chão das vias públicas, problema comum na tradicional rua 25 de Março (centro).

Não sobra espaço para o pedestre no cruzamento da avenida Valtier no cruzamento com a rua Alexandrino Pedroso, no Pari (centro de São Paulo) - Rivaldo Gomes/Folhapress

Na última segunda-feira (18), o Vigilante Agora visitou seis regiões de comércio popular que lotam nesta época do ano. Além dos camelôs, a maioria das calçadas é sem padronização. Muitas têm buracos, rachaduras e desníveis, convites a uma queda, principalmente de pessoas com dificuldades de locomoção.

Em alguns pontos, inclusive, há falta de policiamento ou de sinalização para pedestres fazer uma travessia segura e não ser atropelado.

A situação mais crítica de ambulantes está no Pari, também região central da cidade. Mais especificamente na avenida Vautier, com a rua Alexandrino Pedroso. Não só os pedestres travam, como os veículos ficam parados no trânsito.

Na esquina da via, exatamente onde circulariam os carros, há disputa de espaço entre os vendedores ambulantes. No local há carrinhos que vendem doces, frutas e vestuário que dificultam a circulação dos pedestres.

Na mesma avenida, em frente ao 585, a raiz de uma árvore cortada que teria sido cortada pela prefeitura, segundo comerciantes, rachou a calçada. Várias pessoas tropeçaram no local na presença da reportagem.

“Desde fevereiro, quando a árvore caiu, abri vários protocolos com reclamações, mas até hoje a prefeitura nada fez. Se a gente arrumar, há o risco de ainda levarmos uma multa”, afirma Juanna Leal da Silva, 
25 anos, gerente operacional de loja atacadista.

Na Lapa (zona oeste), a rua 12 de Outubro possui alguns trechos com problemas na calçada por conta das tampas de bueiros em concreto quebradas, que formam desníveis. 

“O risco de atropelamento é alto nesse cruzamento”, aponta o taxista José Diniz, 65, referindo-se à rua Afonso Sardinha com a principal. Nesta rua, faixas de pedestres estão apagadas.

Resposta

A Secretaria Municipal das Subprefeituras, gestão Bruno Covas (PSDB), diz, em nota, que reforçou as ações de fiscalização do comércio irregular na cidade com a contratação de cem novas equipes. E que o trabalho será expandido para a região do Pari até o fim do ano. O largo da Concórdia será revitalizado e as obras devem começar até dezembro.

Sobre a raiz da árvore na avenida Vautier, a prefeitura afirma ter feito vistoria e que o “serviço será realizado nos próximos 15 dias”.

A rua 12 de Outubro, na altura do 516, sofrerá intervenção nesta semana, diz. “Os ambulantes dessa via contam com autorização”.

Sobre a rua 25 de Março, afirma que “ações de fiscalização aumentaram as apreensões em 37% neste ano”.

A Secretaria de Segurança Pública, gestão João Doria (PSDB), afirma que as polícias Civil e Militar realizam operações diárias nas regiões de comércio popular. E que as atividades serão intensificadas com as operações de fim de ano.

O que o Vigilante encontrou 

COMO DEVE SER 
Ruas limpas e com presença de lixeiras 
Calçadas regulares e amplas, evitando aglomerações 
Segurança para pedestres e consumidores 
Fiscalização ostensiva para coibir camelôs irregulares 
Acesso fácil por transporte público 
Opções acessíveis e regulamentadas de estacionamento

ZONA OESTE

 
Rua 12 de Outubro 
Lapa 

  • Calçada padronizada e larga na altura do número 670, sem ambulantes 
  • Há lixeiras nos postes por toda extensão da via 
  • Tem bancos de alvenaria em alguns trechos 
  • Na altura do número 516, bueiros de concreto estão quebrados, bem como na esquina da rua Afonso Sardinha, principalmente no acesso das pessoas com cadeira de rodas. Água empossada e lixo 
  • Faixas de pedestres estão apagadas 
  • Poucos semáforos de pedestres 
  • Há lixeiras por toda via 
  • Dupla de policiais militares foi vista em trecho da via 
  • Flanelinhas oferecem a Zona Azul Digital 
  • Trecho da calçada com ambulantes 

CENTRO 

Avenida Vautier 
Pari 

  • Calçada sem padronização, com buracos 
  • Placa de sinalização de estacionamento obrigatório de Zona Azul pendurada de ponta cabeça 
  • Alguns locais estão com faixas de pedestres apagadas 
  • Poucos semáforos de pedestres 
  • Poucas lixeiras 
  • Raiz arrebentou a calçada, com risco de queda aos pedestres 
  • Lixo e entulho na calçada 
  • Flanelinhas oferecem a Zona Azul Digital 
  • Ambulantes nas calçadas 
  • Sem policiamento 
  • Calçadas ocupadas por camelôs 
  • Lixo espalhado nas esquinas 

Rua 25 de Março 
Sé 

  • Excesso de camelôs na calçada 
  • Trânsito intenso 
  • Em alguns trechos, a calçada fica intransitável para pedestres 
  • Poucas lixeiras 
  • Sem bancos 
  • Com policiamento em bom número ao longo da rua, diariamente 
  • Muito lixo jogado no chão e nas esquinas, embora foram vistos lixeiros varrendo a via 

Largo da Concórdia 
Brás 

  • Canteiros de flores sem vegetação, só com terra 
  • Há base comunitária móvel da Guarda Civil Metropolitana 
  • Policiamento da Guarda Civil e Polícia Militar 
  • Havia fiscais de remoção de produtos espalhados pelo entorno 
  • Poucas lixeiras 
  • Lixo acumulado 
  • Risco de atropelamento 
  • Ambulantes estavam distantes dali por conta da presença dos policiais 
  • Ambulantes retornam após passagem da fiscalização 
  • Risco de furto de correntes, relógios e celulares 
  • Próxima da estação ferroviária do Brás, que faz conexão com o metrô 

 
Rua José Paulino 
Bom Retiro 

  • Calçadas sem padronização 
  • Alguns trechos têm buracos 
  • Próxima da estação ferroviária da Luz 
  • Policiamento presente 
  • Ambulantes retornam após passagem da fiscalização 
  • Flanelinhas comercializam a Zona Azul Digital 
  • Trânsito intenso 
  • Local mais limpo entre todos os visitados 

Rua Oriente 
Brás 

  • Ambulantes invadem as calçadas em toda a extensão da via 
  • Excesso de carrinhos de mão 
  • Flanelinhas oferecem a Zona Azul Digital 
  • Não foi visto policiamento, apenas fiscais da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) 
  • Calçadas não padronizadas, com buracos 
  • Lixo acumulado em sacos ou soltos nas esquinas 
  • Poucas lixeiras 
  • Floreiras em concreto sem vegetação em vários trechos da rua 
  • Pedestres circulam na rua por conta da aglomeração nas calçadas 
  • Trânsito local intenso 
  • Possui estação ferroviária 

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