Ausência de informação visual confunde paciente em hospitais

Em comparação com análise feita em 2017, houve uma melhora. Mas ainda existem problemas

São Paulo

Além da demora por atendimento médico nos hospitais públicos municipais, os pacientes enfrentam ainda salas de espera dos prontos-socorros lotadas, cadeiras muitas vezes insuficientes para acomodação e falta de identificação visual dos serviços oferecidos nos equipamentos de saúde da capital.

O Vigilante Agora circulou na última terça-feira (3) por seis hospitais e um pronto-socorro da Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), distribuídos nas cinco regiões. O objetivo era avaliar a infraestrutura oferecida à população, desde a abertura da ficha de atendimento até a limpeza das áreas coletivas, como recepção e banheiros.

No geral, a situação encontrada não foi das piores como as registradas em dezembro de 2017. Isso porque dois dos hospitais passam atualmente por reforma, casos do Servidor Público Municipal, na Aclimação (centro), e do Vereador José Storopolli, o Vermelhinho, na Vila Maria (zona norte). 

Mas o pior registro encontrado, como há dois anos, fica no Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, Jabaquara (zona sul). Lá, os pacientes são levados por familiares em macas sem lençóis, saindo de dentro do prédio do hospital para a AMA (Assistência Médica Ambulatorial). Além disso, há falta de cadeiras na espera.

"Quando tem muita gente, as cadeiras não são suficientes, principalmente para os idosos e as mulheres com crianças no colo", diz o limpador de vidros Kenedy Rafael Rodrigues de Caes, 32, morador do Jabaquara.

O Vigilante também presenciou pacientes perdidos em busca de informação, devido à ausência de identificação visual.

Assim como no Dr. Ignácio Proença de Gouvêa, na Mooca (zona leste). Não existe uma placa que informe onde fica o pronto-socorro, uma vez que no mesmo terreno existe uma AMA. No pronto-socorro, chama a atenção um desconfortável e gelado banco de alvenaria.

Resposta

A Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), disse em nota que no Hospital Dr. Ignácio Proença de Gouvêa, todas as salas de atendimento do pronto-socorro são identificadas por placas. No entanto, a reportagem questionou a identificação externa, que não existe.

Sobre os bancos, a pasta disse que "ficam na área externa, portanto o granito suporta as variações de temperatura". A reportagem se referiu ao banco interno do pronto-socorro.

No Hospital Arthur Ribeiro de Saboya, a administração local afirmou que disponibiliza o número adequado de cadeiras para o espaço de espera interno do pronto-socorro, na entrada da AMA.

Em relação às macas, a gestão disse que "a circulação ocorre em locais distintos, além de ser entrada de pacientes oriundos de resgate". A situação registrada pelo Agora não foi nenhuma destas justificadas.

Sobre a reforma do Servidor Público Municipal, o projeto inclui a ampliação do pronto-socorro adulto, com a construção de mais dois pavimentos integrando o pronto-socorro infantil. 

As obras iniciaram em novembro e previstas para um ano. O custo é de R$ 9,196 milhões. No hospital da zona norte, as obras são para readequar os fluxos de acesso de pacientes e usuários. 

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