Médica é sequestrada para atender suspeito em favela de SP

Ela foi levada, junto com enfermeiro, para a favela de Paraisópolis; ambos foram liberados

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São Paulo

Uma médica e um enfermeiro foram sequestrados por uma dupla de suspeitos, por volta das 3h30 de sexta-feira (13), na AMA (Assistência Médica Ambulatorial) de Paraisópolis (zona sul da capital paulista), para que os profissionais socorressem um criminoso baleado, dentro da favela da região. Ninguém havia sido preso até a publicação desta reportagem. 

Por conta da ocorrência, o atendimento médico está suspenso temporariamente na AMA, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A data de reabertura da unidade não foi informada.  

Segundo a polícia, a dupla de criminosos, brancos e com idade na faixa dos 25 anos, abordaram armados uma médica que trabalhava no turno da madrugada na AMA. Ambos exigiram, segundo relato da vítima à polícia, que ela fosse à comunidade para realizar um atendimento médico. 

A profissional argumentou que, para isso, precisaria do apoio de um enfermeiro, que acabou sendo levado juntamente com ela à favela, dentro de um carro de cor cinza. 

Os dois foram encaminhados até uma casa, dentro da favela, onde estava um homem negro, de aproximadamente 30 anos. O ferido, ainda segundo a vítima, estaria usando uma sonda. "Ao perceber que seria necessário maior cuidado no atendimento [ao suspeito], a médica informou que precisariam levá-lo à AMA para atendimento adequado", diz trecho de boletim de ocorrência. 

Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo - Lalo de Almeida - 26.jun.19/Folhapress

Após as orientações da médica, o homem ferido foi colocado no carro cinza, modelo não informado, juntamente com os dois profissionais da Saúde, além de uma mulher ainda não identificada. Outro criminoso acompanhou o carro com uma moto até a unidade de saúde.

Na AMA, o suspeito baleado foi medicado e, após isso, levado novamente à favela, de acordo com o relato das vítimas. "Esclarece a vítima que os funcionários da AMA chegaram a comentar que aquele homem que foi socorrido já teria dado entrada no sábado [7] na AMA, como indivíduo baleado, e devido a gravidade [do ferimento] foi transferido ao hospital Campo Limpo, e saiu de lá sem alta médica", diz trecho do relato da vítima à polícia.

O caso é investigado pelo 89º DP (Morumbi), que procura identificar os suspeitos.

Resposta

A Secretaria Municipal da Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), confirma que dois funcionários da AMA Paraisópolis foram vítimas de sequestro na madrugada desta sexta-feira (13). "Ambos foram libertados sem ferimentos e estão recebendo o apoio necessário", diz trecho de nota. 

Sobre a interrupção dos atendimentos na unidade,  a pasta orienta para que pacientes procurem a AMA Vila Prel e a UPA Campo Limpo "até a normalização da operação da unidade de Paraisópolis." 

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