A defesa do suspeito de atear fogo em um morador de rua, domingo (5), na região da Mooca (zona leste da capital paulista), vai pedir uma perícia para comprovar que o homem é esquizofrênico e, com isso, solicitar que seu cliente responda às acusações em uma unidade de saúde. O suspeito foi preso na madrugada desta quarta-feira (8), no Cambuci (região central de São Paulo).
Segundo o advogado Márcio Araújo, seu cliente, um morador de rua de 49 anos, é aposentado por invalidez por conta da doença mental. A reportagem apurou que ele recebe um salário mínimo por mês. A data em que começou a receber o benefício não foi informada.
“Meu cliente tem, além disso, dificuldade de mobilidade, pois seus pés e mãos são inchados”, acrescentou Araújo.
Segundo a polícia, o suspeito nasceu em Minas Gerais, mas mora na capital paulista há pelo menos 30 anos coletando recicláveis.
Ele foi detido no Cambuci (região central de SP), por volta da 1h, quando ia a uma padaria para comprar um lanche. Ele não resistiu à prisão. A parte da frente do cabelo dele estava chamuscada, segundo a polícia.
Em entrevista coletiva nesta quarta (8), os delegados que investigam o caso informaram que o suspeito assumiu a autoria do crime. O acusado disse que ateou fogo em Carlos Roberto Vieira da Silva, 39 anos, porque ele teria lhe furtado R$ 10 mil em dinheiro.
Os delegados dizem não acreditar na versão apresentada pelo suspeito, mas vão pedir quebra de sigilo bancário para ver se ele tinha mesmo esse valor em alguma conta.
O acusado foi indiciado por homicídio qualificado. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça, na noite desta terça-feira (7).
Por volta das 15h30 desta quarta-feira (8), o suspeito foi encaminhado do 18º DP (Alto da Mooca) para o IML (Instituto Médico Legal), onde foi submetido a um exame de corpo de delito. Do local, ele seria encaminhado à carceragem do 2º DP (Bom Retiro), onde permanecerá por ao menos 30 dias.
Resposta
O advogado Márcio Araújo afirmou que a linha de defesa do suspeito, no momento, é de “negativa de autoria” do crime, apesar de o suspeito ter confessado o crime "informalmente". Segundo o advogado, imagens de câmeras que mostram o crime não comprovam que a pessoa que ateou fogo em Carlos Roberto Vieira da Silva seria seu cliente.
“Meu cliente tem dificuldade para se locomover, pois tem os pés inchados. Por isso, ele não consegue correr da forma que a pessoa que ateou fogo contra vítima corre no vídeo”, argumentou.
Questionado sobre o fato do homem estar com os cabelos chamuscados no momento da prisão, Araújo nega.
Sobre o saque de R$ 10 mil, ele afirmou que vai aguardar o andamento das investigações para comprovar se isso de fato ocorreu.
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