A Justiça decretou na noite desta quarta-feira (29) a prisão temporária por 30 dias de Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24 anos. Ela é filha do casal encontrado carbonizado dentro do porta-malas do carro da família, na madrugada de terça-feira (28), em São Bernardo do Campo (ABC), e irmã do adolescente de 16 anos que também foi achado morto no veículo.
Carina Ramos, 31, que segundo a polícia é namorada de Ana Flávia, também foi presa. Ambas são suspeitas de envolvimento no crime. O advogado de defesa das duas, Lucas Domingos, afirmou que ainda irá ler o inquérito sobre o caso para posteriormente se posicionar.
De acordo com o Deic (Departamento de Investigações Criminais), de São Bernardo do Campo, um homem também é investigado. Ele, porém, não teve o pedido de prisão. A polícia ainda investiga a causa da morte das vítimas.
Segundo o delegado Paul Henry Bozon, a polícia pediu a prisão após ouvir testemunhas e por causa de contradições nos depoimentos de Flávia e Carina e imagens de câmeras de segurança.
As duas suspeitas chegaram ao COI (Centro de Operações de Segurança) de São Bernardo por volta de 16h. Às 20h30, Ana Flávia conversou com o advogado, pouco antes de a prisão ser decretada pela Justiça, conforme a reportagem presenciou.
O comerciante Romuyuki Gonçalves, a mulher Flaviana Gonçalves, e o filho Juan Gonçalves foram encontrados mortos no carro da família, um Jeep Compass, no limite entre São Bernardo e Santo André, na madrugada desta terça-feira (28). O carro foi queimado. A idade do casal não foi informada.
Na tarde desta terça-feira (28), o setor de Homicídios da Polícia Civil apreendeu o celular da filha do casal. Segundo um policial que acompanhou o depoimento dela, Flávia está com hematomas em um dos braços e a namorada da suspeita apresentava o mesmo tipo de ferimento em uma das pernas.
A filha do casal passou mal e chegou a vomitar durante o depoimento.
Segundo a polícia, imagens da portaria do condomínio de casas onde a família morava em Santo André registrou a saída do carro de Ana Flávia, por volta de 1h de terça, seguido pelo Jeep, que depois foi encontrado em chamas.
Parentes afirmam que a casa das vítimas, na rua Caminho dos Vianas, tinha marcas de sangue em alguns cômodos.
De acordo com o irmão de Flaviana, que pediu para não ter o nome revelado, após a casa das vítimas passar por perícia, parentes foram ao local e viram marcas de sangue nos quartos do casal e do filho. “Também acharam sangue nas escadas e na sala. Estava tudo revirado”, disse.
A polícia também investiga o sumiço da arma de fogo que Romuyuki Gonçalves mantinha em casa. Ele era dono de duas lojas de cosméticos em um shopping center de Santo André. Segundo parentes e a polícia, o casal de classe média não ostentava luxos.
Os corpos foram liberados para enterro na noite desta quarta e parentes disseram à reportagem que não haveria velório.
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