A deficiência visual quase que completa não impede que duas artesãs se dediquem à produção e distribuição gratuita de máscaras para pessoas carentes em Itanhaém (106 km de SP).
Regina Helena Quirino, 63 anos, perdeu 100% da visão do olho direito, e parcialmente do esquerdo, após sofrer um acidente doméstico há cerca de 35 anos, quando morava na zona oeste da capital paulista.
Desde então, ela precisou se adaptar para trabalhar como diarista, profissão interrompida aos 49 anos, em decorrência de problemas cardíacos. Foi então que começou a se dedicar ao artesanato. Regina se mudou para Itanhaém, com o marido, há cerca de cinco anos.
Em janeiro deste ano ela conheceu a Casa do Artesão, espaço da prefeitura no qual começou a expor seu trabalho e onde conheceu a também artesã Noêmia Peixoto da Silva, 58, que enxerga somente 27% do olho esquerdo.
“Costuro as máscaras e depois a Noêmia as passa, higieniza, embala e entrega para doação”, explicou.
Desde que o governo do estado decretou a quarentena, em 24 de março, a artesã já costurou cerca de 70 máscaras. Por causa da dificuldade para enxergar, ela demora entre 40 minutos e uma hora para finalizar uma peça.
Ao todo, o projeto da prefeitura já doou cerca de 1.500 máscaras para a população carente. Até este sábado, a cidade de Itanhaém havia registrado nove casos de Covid-19 e duas mortes, segundo dados divulgados pelo governo estadual.
Ajuda
Noêmia Peixoto da SIlva, 58, começou a perder a visão aos 23 anos. Já aos 30, havia perdido 100% do olho direito e enxergava somente 27% do esquerdo.
Isso, porém, não impediu que ela trabalhasse com artesã, atividade que atualmente exerce para ajudar a passar e higienizar máscaras, posteriormente doadas à pessoas carentes em Itanhaém. “Mesmo com dificuldade [para enxergar] faço minha parte para ajudar quem precisa”, afirmou.
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