Com autorização da Prefeitura de São Paulo, a rede Armarinhos Fernando reabriu algumas de suas unidades na capital há cerca de uma semana. A empresa comercializa produtos como brinquedos, guloseimas, materiais para costura, papelaria, perfumaria e utilidades domésticas, além de itens de limpeza e higiene pessoal.
Na capital, pelo menos duas unidades estavam abertas nesta terça: na Mooca e no Tatuapé, ambas na zona leste. Segundo funcionários, outros endereços devem voltar a funcionar nos próximos dias. A principal loja da rede, na rua 25 de Março, no Centro, ainda não tem data para reabrir.
Na manhã de terça (26), o movimento era intenso na unidade da Mooca, localizada na rua Taquari. Cerca de 100 pessoas aguardavam para entrar na loja. Parte da fila foi montada no estacionamento, com marcas no chão orientando a distância mínima de dois metros entre os clientes. Na porta, foi colocado um dispenser de álcool em gel que é acionado com os pés.
A equipe do Agora esteve na loja no início da tarde e demorou cerca de 25 minutos para conseguir entrar. Apesar do distanciamento na fila, foram vistas pessoas muito próximas umas das outras pelos corredores da unidade.
O gerente da filial da Mooca, que não quis se identificar, afirma que está limitando a entrada de 250 pessoas por vez. A quantidade é controlada por meio de um papel entregue ao cliente que acessa a loja. Esse material tem de ser devolvido na saída. A filial conta com 84 funcionários e, segundo o chefe do local, nenhum deles se infectou pelo novo coronavírus.
Pela manhã, o comerciante Joel Alvarenga, 39 anos, foi à loja da Mooca com a mulher, Karen, para comprar materiais de escritório. Ele considera "necessária e urgente" a reabertura do comércio. Na opinião dele, a extensão da paralisação na atividade econômica tende a aumentar o desemprego.
A arquiteta Fernanda Brito, 28, foi à loja para comprar produtos de higiene. Ela disse não entender o porquê de a prefeitura ter autorizado a reabertura da Armarinhos Fernando. "Sempre vemos mensagens para valorizar as pequenas empresas. Só que muitos comércios pequenos não têm autorização para funcionar. E aqui, que é grande, foi liberado", diz.
A artesã Patrícia de Oliveira, 47, aproveitou a abertura da unidade para comprar materiais de trabalho. Mesmo tendo ido à loja, ela considera que ainda não é o momento adequado para reabertura total do comércio. "Acho que deveria fechar tudo por algumas semanas para que, depois, possa abrir tudo. Esse esquema de abrir só algumas coisas é ruim porque gera ansiedade no povo, além de filas longas", avalia.
Autorização
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), afirma que a unidade do Armarinhos Fernando na Mooca foi vistoriada no dia 18 e cumpre com todas as exigências para funcionamento. "O local mencionado possui função principal de mercado e sendo assim, está autorizados a exercer suas atividades", diz a administração municipal.
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