Polícia Militar paulista vai substituir 40 mil armas

Austríaca Glock ganhou licitação para venda de pistolas .40

A Polícia Militar pretende substituir 40 mil pistolas calibre ponto 40 no estado de São Paulo. Isso corresponde a 49% das armas curtas usadas pelo atual efetivo da corporação, que era de 81.565 policiais até a primeira quinzena de agosto.

Policia Militar com a mão na arma, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão após denuncia de tráfico de drogas em ocupação na rua do Carmo, 66. - Marcelo Justos - 4.mai.18/Folhapress

Na última quarta-feira (21), a empresa austríaca Glock venceu um pregão feito pela PM, oferecendo pistolas por R$ 891,86 a unidade, valor mais baixo oferecido entre as empresas licitantes credenciadas. O segundo melhor lance foi da marca italiana Beretta, que propôs R$ 906,86 para cada arma. 

Segundo a PM, até o dia 31 a Glock precisa encaminhar pistolas para serem testadas pela corporação. Caso as armas sejam aprovadas, o investimento para comprar as 40 mil pistolas será de cerca de R$ 35,7 milhões. Do contrário, a Beretta será testada. 

O tenente-coronel Marco Aurélio Valério, chefe do Centro de Material Bélico da Polícia Militar paulista, destaca três testes, de um total de 15, que serão realizados nas pistolas austríacas. “Vamos verificar a intercambiabilidade, a endurance e testar a resistência do armamento em quedas.” 

No teste de intercambiabilidade, segundo Valério, dez armas serão totalmente desmontadas e suas peças misturadas, para posteriormente serem remontadas. “Após isso, são efetuados 15 disparos com cada arma. Não pode ocorrer nenhuma falha. Esse teste avalia o padrão de qualidade de produção e não admite tolerância de massa ou de medidas”, explica.

Já durante o teste de endurance, ainda de acordo com o tenente-coronel, quatro armas são testadas ao extremo. São realizados 10 mil tiros com cada pistola, sem limpeza ou lubrificação. São permitidos até dois minutos de intervalo, a cada mil tiros, para que as armas resfriem. “Não é permitida nenhuma quebra, caso isso ocorra a fabricante é desclassificada”, diz. 

Por fim, as pistolas passarão por testes de queda. Segundo o oficial da PM, quatro pistolas são submetidas a 16 quedas cada, de uma altura de cerca de dois metros, em uma superfície de concreto. Valério ressaltou que as armas “caem” em diversas posições. “A arma não pode quebrar, soltar o carregador, marcar a espoleta ou disparar. Caso qualquer uma dessas falhas seja observada a fabricante será desclassificada”, explicou. 

Licitação

A PM afirma que a Glock fez a melhor oferta durante o pregão. Durante os dez dias para que a marca entregue armas para testes, a sessão pública ficará suspensa. “Se a empresa vencedora não cumprir todas as etapas dos testes, a segunda colocada será chamada para avaliação” diz trecho de nota. 

A corporação ainda diz que a compra das 40 mil pistolas integra o programa de modernização do armamento da PM, instituído pelo governo do estado, gestão João Doria (PSDB), com o objetivo de substituir armas que são usadas a mais de dez anos por policiais militares paulistas. 

“Os objetivos dos testes são avaliar a segurança, qualidade e durabilidade do armamento. No total são mais de 15 testes aplicados, dos quais se destaca os de intercambialidade, de endurance e de queda. Os testes de qualificação serão realizados por armeiros de Centro de Material Bélico. As armas antigas serão descarregadas e encaminhadas para destruição conforme legislação vigente”, finaliza nota da PM.

Erramos: o texto foi alterado

A versão anterior deste texto informava incorretamente a origem da empresa Glock

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