Motoristas de ônibus ameaçaram fazer paralisação em São Paulo

Profissionais temem que frota extra por causa da volta do rodízio circule sem cobradores

São Paulo

Motoristas de ônibus de São Paulo ameaçaram fazer paralisação nesta segunda-feira (11) no mesmo dia da implementação do rodízio ampliado e mais restritivo de veículos na capital, em uma tentativa da Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), de frear os deslocamentos na cidade durante a pandemia da Covid-19.

Na última sexta (8), o prefeito Bruno Covas (PSDB) havia anunciado o reforço da frota com mais 1.000 ônibus e outros 600 na reserva, perto dos terminais, para atender um possível aumento da demanda de passageiros por causa das restrições dos carros de passeio.

Em um vídeo publicado nas redes sociais no sábado (9), Valmir Santana da Paz, o “Sorriso”, representante do SindMotoristas, sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus na capital, afirmou que os 1.000 ônibus que vão sair nesta segunda para reforçar a frota do transporte na cidade podem circular sem cobradores, sobrecarregando os motoristas. Na gravação, o porta-voz afirma que “caso isso aconteça, nenhum ônibus sairá da garagem sem a presença de cada cobrador”, diz um trecho do vídeo.

Questionada, a SPTrans, que administra o transporte público por ônibus na capital, afirmou, em nota, que a informação não procede. Por telefone, disse que a frota de mil ônibus e mais os 600 de apoio não sairá da garagem sem os cobradores.

O SindMotoristas não foi encontrado para comentar o caso.

Centrais sindicais também criticaram o megarrodízio na capital. Em nota, disseram que a restrição ao uso de veículos irá sobrecarregar o transporte público, especialmente metrô, ônibus e trens, prejudicando motoristas e cobradores, além dos trabalhadores em serviços essenciais que precisam se deslocar ao trabalho.

Ainda segundo o texto, solicitam que Covas receba os representantes do fórum das centrais para diálogo. “Defendemos que o planejamento do tráfego nas cidades ou de qualquer outra medida que envolva saúde dos trabalhadores e da população deva ser feito com a participação dos representantes da classe trabalhadora, do setor patronal e de especialistas para definir estratégias adequadas à situação”, diz um trecho da nota.

Procurada, a SPUrbanus, que representa as empresas de ônibus urbanos da capital, não respondeu até a conclusão desta reportagem.

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