Agosto é, tradicionalmente, o mês mais seco no estado de São Paulo, com média de apenas 28,1 mm de chuva em todo o período. Por isso, juntamente com o frio e o ar seco, a poluição acaba provocando mais doenças respiratórias nas pessoas nessa época.
No entanto, este ano, por causa da quarentena do novo coronavírus, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) tem verificado uma melhor qualidade do ar em relação aos anos anteriores. A camada cinza de poluentes no horizonte pelas manhãs, no entanto, tem aumentado cada vez mais após a flexibilização e o aumento de carros nas ruas.
“Se este ano chovesse e ventasse igual ao ano passado, a gente talvez tivesse índices bem melhores, uma qualidade do ar boa. Isso acontece por conta da quarentena, que tem menos veículos nas ruas. Mesmo chovendo menos a gente observa que temos uma condição melhor”, diz a gerente da Divisão de Qualidade do Ar da Cetesb, Maria Lucia Guardani.
Ela explica que a camada de poluição é visível por causa da inversão térmica, com noites frias e dias quentes.
“No inverno não chove, por isso, as partículas de poluição ficam mais tempo na atmosfera. Com a inversão térmica, que esfria a terra à noite e quando chega de manhã, até o sol nascer e aquecer, essa camada de ar frio fica confinada e ela não consegue se expandir. Essa parte mais perto da terra, na faixa de 170m a 200m, a gente olha no horizonte e vê aquela linha. Essa é uma parte da poluição que fica presa pela massa fria, que fica por cima.”
Segundo Thomaz Garcia, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) de São Paulo, por pelo menos mais dez dias a poluição estará visível sobre as casas e prédios da capital.
“De acordo com as últimas simulações, tem alguma chance de chuva lá pelo dia 14, 15. É normal chover pouco nesta época do ano. Tivemos 31 dias sem chuva até a da semana passada, que foi fraca, mas significativa. Só que desta vez vai ter uma frente fria que vai trazer a chuva. Como a média é muito baixa no mês, de 28,1 mm, então é muito provável que, se chover o que os modelos estão indicando, ultrapassaremos a média. Não precisa chover muito para superar essa média”, afirma Garcia.
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