Prefeitura de São Paulo muda Vigilância em Saúde

Gestão transferiu 257 funcionários da Covisa e os colocou na Coordenadoria Regional de Saúde

São Paulo

A Prefeitura de São Paulo retirou, na última sexta-feira (14), 257 funcionários da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) e os colocou na Coordenadoria Regional de Saúde do município. A mudança foi publicada em uma edição suplementar do Diário Oficial da Cidade duas horas antes de entrar em vigor a lei eleitoral que proíbe esse tipo de transferência pelos próximos três meses.

Funcionários protestam em frente da Secretaria da Saúde - Rivaldo Gomes/Folhapress

A publicação atribui a mudança uma “necessidade de fortalecimento das ações da vigilância em saúde nos territórios do município” e que eles não terão prejuízos funcionais.

Os agentes da área fizeram uma manifestação em frente à sede da administração municipal, nesta segunda-feira (17), contra a medida, considerada um “desmonte” do órgão.

"Desmontaram a gente. A Covisa existe desde 2003 e sempre teve autonomia, mas agora a gente não sabe como é que vai ser", afirma uma das servidoras, que não quis ser identificada. "A escolha dos nomes [dos agentes removidos] não foi aleatória, porque tem representante sindical entre eles", diz a agente.

Ainda segundo ela, a maioria das remoções ocorreu no prédio onde funciona a sede da Vigilância, no qual trabalhavam ao menos 430 pessoas. "A maioria dos que sobraram é da Vigilância Epidemiológica, porque não acharam muito jeito de descentralizar o que já está descentralizado, ainda mais a divisão que produz dados epidemiológicos em meio a uma pandemia."

“Em plena pandemia, o cidadão passa a ficar sem um parecer técnico de uma área competente. Teremos as informações sobre Covid não mais sendo passadas por um órgão técnico”, diz Sérgio Antiqueira, presidente do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), segundo o qual a Divisão de Informação foi o departamento mais afetado com a remoção.

"É um órgão importante, que trata de problemas com alimentação, vacinação; do funcionamento e condições de higiene dos estabelecimentos, a questão ambiental. É um órgão que tem incomodado a administração."

O líder sindical considerou a decisão "política" também afirmou que a coordenadora da Covisa, Solange Maria de Saboia e Silva, se demitiu do cargo ontem, por não ter sido consultada sobre a mudança. Procurada sobre a demissão, a gestão Covas não respondeu sobre a saída.

RESPOSTA

A Prefeitura disse ter feito um amplo seminário com a presença dos servidores nos últimos 11 meses, além de encontros e oficinas para a reorganização.

Disse, ainda, que a reestruturação da Secretaria Municipal da Saúde é uma estratégia para fortalecer as regiões com ações de promoção e prevenção na cidade e que a proposta é otimizar esse trabalho, que passará a ser mais próximo com respostas mais rápidas aos munícipes, ampliando ações nas periferias. Ainda segundo o órgão, cerca de 250 profissionais continuarão atuando no prédio central da Covisa.

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